São Paulo, domingo, 2 de abril de 1995
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O DESESPERO

DOMINGO
15h - Aidé é surpreendida por dois presos na enfermaria do presídio. A rebelião tinha começado. Os detentos, armados com facas, a ameaçam de morte.
15h30 - Com medo de ser morta ou violentada, Aidé é levada para uma cela e fica presa com um dos rebelados.
16h - Aidé testemunha o preso Joaquim Marcelino dos Santos sendo esfaqueado por seis outros detentos encapuzados. Ela entra em estado de choque.
18h - Sem conseguir se alimentar, ela desmaia na cela. Um dos presos aplica uma injeção de glicose em suas veias.
SEGUNDA-FEIRA
8h - Aidé pede aos presos para falar com o diretor do presídio, Carlos Alberto Duarte. Ao ter o pedido recusado, se desespera.
15h - O agente penitenciário Clóvis Leme tenta o suicídio com um bisturi, na sala de atendimento dentário, na frente da enfermeira.
19h - Pelo menos três presos se aproximam da cela e tentam estuprar Aidé. Ela é salva por José Jânio, o "Terra Seca".
TERÇA-FEIRA
2h - Aidé é levada pelos detentos para a torre do presídio, onde é exibida à imprensa, com uma faca apontada para o seu pescoço.
16h - Com o fracasso nas negociações, os presos começam a ameaçar matar um refém. Ela reza para não ser a escolhida.
20h - Aidé descobre que os presos estavam cavando um túnel e tinham a intenção de levá-la como refém. Ela entra novamente em estado de choque.
QUARTA-FEIRA
10h - Aidé consegue observar através da cela em que estava que o preso Joaquim Marcelino dos Santos, esfaqueado, agonizava sem ajuda.
14h - Santos é levado para o túnel que os presos estavam cavando, já sem vida. Aidé observa toda a movimentação.
QUINTA-FEIRA
11h - Os presos se drogam com cocaína e crack para comemorar a aceitação do governo da transferência de detentos. Sem sucesso, os presos tentam novamente atacá-la.

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