São Paulo, domingo, 2 de abril de 1995 |
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O barulho foi muito para um resultado tão tímido
DA "AGÊNCIA DINHEIRO VIVO" Juros e restrições às exportações não detêm a sangria de divisas do paísJá na quarta-feira passada, o Banco Central definiu o curso da política monetária em abril. Vendeu informalmente BBC com vencimento no dia 5, embutindo over de 7,35% nos três primeiros dias úteis do mês. Nominalmente, o over pulou de 6% para 7,35%. Mas com a supressão de seis dias úteis em abril em relação a março, os 7,35% significam o que os 6% representaram: custo primário do dinheiro de 4,25% ao mês. Nada mudou, apesar de o mercado trabalhar com inflação um pouco mais alta este mês. "DV" prevê um IPC/Fipe de 1,95% em março e 2,08% em abril. O BC concluiu que não adianta elevar o juro real para combater o desequilíbrio externo. Com rendimento de 4,32% em março, o CDI pagou juro real de 2,87% (40,42% ao ano), frente ao IPC-r de 1,41%. Mas nem por isso os exportadores apressaram o fechamento do câmbio e os investidores externos deixaram de remeter capital. O déficit da balança cambial em março depende do resgate da credibilidade na atuação do BC. Na semana passada, o CDB prefixado amargou perda efetiva de 3,1 pontos percentuais, resultante de dois fatores: a frustração das expectativas de nova paulada nos compulsórios bancários e a especulação de baixa nos mercados pronto e futuro de dólar. A queda do dólar comercial na quinta e na sexta, que acabou forçando baixa similar nos juros, não teve respaldo macroeconômico. Duvida-se da eficácia do aumento para 70% das alíquotas de importação na reversão do déficit da balança comercial, que não ataca diretamente os pontos críticos: a desconfiança dos exportadores e a velocidade das remessas de capital para fora do país. Com os 70%, o governo enviou o recado de que corre o risco de retrocesso na abertura comercial, porque não quer mexer no câmbio. Pode não ser garantia suficiente. Se, de fato, as entradas de moeda começarem a superar as saídas, os juros podem ceder. Se os dólares continuarem saindo, as altas voltarão. Por isso, boa parte do caixa deve ser protegida no CDI. Texto Anterior: Discriminação; Incentivo; Locação; Defesa do consumidor; Tempo de serviço; Auxílio-doença Próximo Texto: Até pequenos procuram 'commercial paper' Índice |
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