São Paulo, domingo, 2 de abril de 1995
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Sexo entre homem e macaco pode ser origem

DA REPORTAGEM LOCAL

Com a queda do "paciente zero de Manchester", ganham força hipóteses sobre a origem africana da Aids.
Sexo bestial com os macacos portadores do SIV (Vírus da Imunodeficiência Símia) é, em teoria, um hipótese a ser considerada para a contaminação do primeiro indivíduo.
Ingestão de carne dos macacos, outra. "Mas isso é pouco provável, pelo tratamento feito para comê-la", explica Adauto Castelo Filho.
Cientistas já realizaram vários testes em indivíduos que têm o hábito de se alimentar com a carne de macacos que vivem em regiões de ocorrência do SIV.
Nenhum deles conseguiu constatar qualquer sinal da presença do HIV ou do SIV nas populações estudadas.
Essas duas formas de transmissão se encaixam em uma das teorias mais aceitas sobre a origem da Aids: a de que o HIV seria um "descendente" do SIV.
Além das duas hipóteses acima, existe a da "vacina do Congo", usada no combate à poliomielite.
"A vacina é uma possibilidade completa, mas sobre a qual a gente também só pode especular", diz Castelo.
Muitos cientistas acreditam que a vacina teria sido a porta de entrada do vírus no homem, pois foi desenvolvida a partir de células renais de macacos.
A teoria tinha perdido a validade, pois a contaminação de Carr teria ocorrido antes da campanha de vacinação. Agora, volta a fazer sentido.
Não há como determinar como foi feita a primeira contaminação de um ser humano.
"Isso permanece no campo especulativo", explica.
Com a "queda" de David Carr, ficou ainda maior o intervalo entre essa primeira contaminação humana e o primeiro paciente "oficial".
Agora, a vaga de "paciente zero" será ocupada por um africano, em cujo sangue foi isolado o HIV pela primeira vez, em 1976.

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