São Paulo, domingo, 2 de abril de 1995 |
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Guerrilha pode se transformar em partido
FLAVIO CASTELLOTTI
As conversações entre EZLN (Exército Zapatista de Liberação nacional) e governo também apontam nesse sentido. No dia 11 de março, o Congresso mexicano aprovou uma lei para a "Paz Digna em Chiapas criando disposições para a reabertura das negociações. O EZLN respondeu bem à iniciativa governamental. Na semana passada, divulgou comunicado reiterando sua disposição em torno de uma saída pacífica para o conflito e sugerindo de antemão possíveis locais para os encontros. O conflito serviu para que todo o país tomasse consciência da situação de miséria e segregação em que vivem os índios da região. No dia 1º de janeiro de 1994, um grupo de cerca de 3.000 índios armados assumiu o controle de quatro comunidades do Estado. Os rebeldes exigiram mudanças econômicas e sociais para a região. Liderados pelo subcomandante Marcos, declararam guerra contra o governo e pediram a deposição do então presidente Carlos Salinas. No dia em que o movimento foi instaurado, mataram vários policiais e detiveram importantes figuras políticas de Chiapas. Após alguns choques armados com o Exército, que não tiveram boa repercussão em âmbito internacional, o governo declarou unilateralmente um cessar-fogo no dia 12 de janeiro de 1994. A situação se manteve relativamente calma até fevereiro, quando o Exército invadiu as comunidades indígenas que estavam sob controle zapatista há mais de um ano. Simultaneamente, o governo propôs a reabertura do diálogo, visando uma saída pacífica para o conflito. Texto Anterior: Lei zapatista deu dignidade a Chiapas Próximo Texto: Identidade do "mito" permanece misteriosa Índice |
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