São Paulo, domingo, 2 de abril de 1995
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Identidade do "mito" permanece misteriosa

DA REDAÇÃO

O governo mexicano já não fala em Rafael Sebastián Guillén Vicente, 38, supostamente um ex-professor, formado em letras, filosofia ou sociologia, que na juventude teria estudado num colégio de jesuítas.
O nome ocupou manchetes em fevereiro, no auge da crise cambial e financeira mexicana, ao ser anunciado pelo presidente Ernesto Zedillo como a verdadeira identidade do líder zapatista conhecido como subcomandante Marcos.
Na época, Cesáreo Morales, ex-professor universitário ligado ao governo, apareceu para dizer que Guillén havia sido seu aluno nos anos 70. Guillén chegou a ter fotos publicadas em jornais, mas nunca apareceu.
"Ouvi falar que descobriram um outro Marcos. É bonito? É que ultimamente estão me retratando como um homem feio", ironizou o verdadeiro subcomandante Marcos em seu refúgio na selva.
O líder guerrilheiro sempre aparece aos jornalistas com uma máscara de esqui e fumando cachimbo. O estilo dos comunicados que assina foi elogiado pelo escritor mexicano Octavio Paz, Prêmio Nobel de Literatura de 1990.
No início das negociações de paz com o governo, em fevereiro de 1994, muitos chegaram a especular que Marcos seria na realidade o ex-chanceler Manuel Camacho Solís, apontado como tendo ambições políticas maiores. Os rumores só terminaram quando os dois foram fotografados juntos.
Naqueles dias, quando governo e guerrilha acabavam de assinar uma trégua e as especulações sobre sua identidade apenas começavam, Marcos disse ao "El Financiero: "Sou um mito genial".

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