São Paulo, quarta-feira, 5 de abril de 1995
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Senador vai ao plenário sem mandato

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-senador João Calmon, 78, não tem mandato parlamentar, nem direito a voto ou a usar o microfone, mas é uma das pessoas mais assíduas às sessões do Senado, de terça a quinta-feira, dias em que fica em Brasília.
Sentado na última fila do plenário, ele presta a máxima atenção aos discursos e às votações.
Após 32 anos vividos no Congresso (oito como deputado federal e 24 como senador) Calmon diz que não perdeu a "paixão" à qual dedicou sua atuação parlamentar: a educação.
E é por ela que o ex-senador afirma continuar frequentando o Congresso. Ele quer participar das reuniões da Comissão de Educação, lutar pela instalação do Conselho Nacional de Educação -criado por MP (medida provisória) pelo presidente Fernando Henrique Cardoso- e fazer "lobby" pela educação.
Calmon, apelidado de "o senador da educação", foi o responsável pela inclusão no texto da atual Constituição (1988) da obrigatoriedade de a União destinar 18% da receita de impostos federais à educação e os Estados e municípios, 25% de seus tributos.
Na eleição de 94, ele não teve apoio do seu partido, o PMDB, para concorrer à reeleição pelo Espírito Santo. Mas decidiu continuar participando da atividade do Congresso pela educação.
Ontem, os senadores aprovaram proposta do senador Hugo Napoleão (PFL-PI) para que a sala da Comissão de Educação seja batizada como "Sala João Calmon".
Apesar do ex-senador estar presente, por pouco a homenagem não foi cancelada.
A senadora Benedita da Silva (PT-RJ) leu o texto da lei 6.454, de 1977, que proíbe atribuir nome de pessoas vivas a bens públicos, de qualquer natureza. Houve polêmica, mas a proposta de Napoleão foi aprovada.
Calmon ocupa hoje, informalmente, "uma mesa" em uma sala no Senado.

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