São Paulo, quinta-feira, 6 de abril de 1995
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Ex-secretário cobra integração com Estado

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-secretário municipal da Saúde Raul Cutait criticou ontem o PAS. Segundo ele, o projeto "não toca em questões importantes para a saúde pública".
O primeiro aspecto seria o fato de o PAS não ter sido implantado em conjunto com o Estado.
"Se a idéia é fazer um atendimento regionalizado, isso será comprometido pelo fato de os postos de saúde estaduais não fazerem parte do sistema", explica.
O médico, que ficou à frente da secretaria municipal da Saúde entre janeiro e julho de 1993, afirma ainda que tem dúvidas sobre a capacidade da prefeitura de fiscalizar as cooperativas.
"A prefeitura teria que criar formas de controle da qualidade do atendimento. O projeto inicial não contempla este ponto", diz Cutait.
O ex-secretário critica ainda a falta de mecanismos de controle do sistema por parte da população do bairro. "Minha experiência na secretaria indicou que é fundamental para o bom funcionamento do sistema que os usuários tenham meios de controlar o atendimento das unidades da saúde", disse.
A presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, Regina Ribeiro Parizi, também criticou ontem o PAS.
Para ela, o projeto introduz no serviço público "uma lógica mercantilista que pode prejudicar o atendimento à população".
Além disso, Regina diz que o PAS não cumpre a norma constitucional que determina que o atendimento médico público deve ser universal. "Para tira a carteirinha, é solicitado o endereço do paciente. E se ele não tiver casa, não será atendido?", pergunta ela.
A Associação Paulista de Medicina, que havia se pronunciado contra o PAS, mudou de opinião ontem. Segundo seu presidente, José Knoplich, a prefeitura aceitou as propostas feitas por ela.
"A prefeitura aceitou se responsabilizar pela manutenção dos prédios e dos equipamentos mais caros. Se isso não acontecesse, as cooperativas seriam inviáveis economicamente", disse.

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