São Paulo, sábado, 8 de abril de 1995
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"Stalinistas" barram reformas, diz Campos

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O deputado Roberto Campos (PPR-RJ) atribuiu à oposição da maioria "stalinista" (uma referência aos métodos aplicados por Joseph Stalin, que governou a ex-URSS de 1924 a 1953) do Congresso a dificuldade para a aprovação das propostas do governo para a abolição dos monopólios estatais e ampliação do programa de privatização.
Falando no 27º Encontro Nacional de Institutos de Previdência Estaduais e Municipais, ontem, em São Paulo, Campos disse que o fim dos monopólios e a retomada do programa de privatizações são o caminho para o governo obter os recursos necessários para reduzir e, eventualmente, liquidar a dívida interna (o que o governo deve junto a credores no país).
A dívida interna é o verdadeiro "demônio" que ameaça o sucesso do Plano Real, afirmou. "A privatização não é meramente uma opção ideológica neoliberal ou um modismo e sim uma necessidade existencial para a retomada do desenvolvimento brasileiro em bases sustentadas", afirmou.
Segundo Campos, há um "corporativismo" (defesa de interesses de grupos sociais) com muito acesso no Congresso que age em defesa de seus privilégios.
Campos defendeu também a reforma da Previdência, com a eliminação de sua principal distorção, que, na sua opinião, é a aposentadoria por tempo de serviço.
Campos disse que defende a aposentadoria por idade, aos 60 anos para as mulheres e 65 anos para os homens, porque a Previdência atual sofre de uma "dinâmica perversa": a entrada de novos contribuintes no sistema se processa a uma taxa de 2,7% ao ano e o crescimento de pensões e aposentadorias a uma taxa de 7,8% ao ano. "Em algum momento a coisa explodirá", disse.

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