São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 1995
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Exército reprime protesto por eleição limpa

LUCAS FIGUEIREDO
DO ENVIADO ESPECIAL

Doze horas antes do início da votação, às 20h de anteontem, cerca de cem estudantes fizeram uma manifestação em frente ao hotel onde estava hospedado o presidente da OEA, Cesar Gaviria.
Levantavam cartazes com slogans contra o presidente Alberto Fujimori e gritavam "fraude" e "abaixo a ditadura".
A manifestação, presenciada pela Folha, ocorreu logo após o JNE (Juizado Nacional Eleitoral) ter anunciado que as eleições não seriam suspensas.
Outras pessoas, idosos inclusive, foram se juntando à manifestação. Quando o grupo já contava com cerca de 200 pessoas, soldados do Exército armados de fuzis dispersaram os manifestantes.
Um carro blindado do Exército chegou a entrar na praça para dispersar o grupo. As pessoas saíram correndo pelas ruas do centro.
Ontem, dia da votação, o clima na capital estava tranquilo. Até o fechamento desta edição, não haviam sido registrados distúrbios como os ocorridos em Lima na noite anterior.
Terrorismo
Segundo afirmou a coordenadoria nacional de direitos humanos à Folha, na província de Huancabanba (cordilheira dos Andes), supostos terroristas do grupo comunista Sendero Luminoso confiscaram os títulos de eleitores dos passageiros de um ônibus.
Em povoados dos Departamentos (Estados) de Ayacucho e Apurimac (na cordilheira), terroristas do Sendero e do MRTA (Movimento Revolucionário Tupac Amaru) convocaram os habitantes a não sair de casa para votar.
Na Província de Satipo (selva amazônica, região central), uma comunidade indígena ashaninka foi atacada anteontem por supostos terroristas do Sendero. De acordo com a entidade, alguns índios foram mortos.
(LF)

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