São Paulo, domingo, 16 de abril de 1995
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Países ricos têm maior controle

DE WASHINGTON, BUENOS AIRES, PARIS E LONDRES

Erramos: 08/05/95
Em pelo menos três países -Estados Unidos, França e Inglaterra-, o fisiologismo está sob controle. Na Argentina, ele existe em larga escala. Deputados e senadores contratam seus parentes.
Nos Estados Unidos, o fisiologismo já foi motivo da morte de um ex-presidente. Mas atualmente atinge níveis insignificantes. Na França, ganha cargos quem tiver passado pela Escola de Administração.
Nos EUA, a fisiologia já foi prática comum. Mas nos últimos 112 anos ela vem sendo reduzida, a ponto de agora ser insignificante. Até l883, o presidente e o Congresso negociavam a nomeação de quase todos os funcionários.
Naquele ano, Charless Guiteau foi preterido para o cargo de cônsul dos EUA em Paris e assassinou o presidente James Garfield, que optara por outra pessoa.
O homicídio levou o Congresso a aprovar a Lei da Reforma do Funcionalismo Público, que introduziu o sistema de mérito para o preenchimento de cargos.
Na Argentina, ingressar no serviço público ou ser nomeado juiz federal requer um bom padrinho político. Os deputados e senadores nomeiam, sem qualquer constrangimento, parentes para cargos de assessoria no Congresso.
O próprio presidente Carlos Menem dá exemplo. Seu cabeleireiro particular e companhia constante em todas as viagens internacionais, Toni Cuozzo, foi premiado com um cargo de assessor no Senado, onde nunca comparece.
Na França, há uma casta que ocupa os principais postos da administração. Ela é composta pelos ex-alunos das duas escolas de maior prestígio do país, a Escola Nacional de Administração (ENA) e a Politécnica.
O premiê Edouard Balladur, ex-aluno da ENA, indicou para seu gabinete sete ministros saídos da mesma escola. Também nomeou ex-alunos da ENA para a presidência de três estatais privatizadas em 1993.
Além disso, a ENA formou 34 dos atuais deputados, 12 senadores e os três principais candidatos à Presidência -o próprio Balladur, Jacques Chirac e Lionel Jospin.
No Reino Unido, o fisiologismo também está sob controle. O partido vencedor de uma eleição geral forma o governo, com a escolha pelo primeiro-ministro de cerca de cem membros da Câmara dos Comuns ou da Câmara dos Lordes (as duas Casas do Parlamento).
Vinte deles formam o ministério. Além de terem grande conhecimento técnico sobre a área que ocupam, os membros do governo têm que estar sintonizados com a política e as teses defendidas pelo partido que o governo representa.
O partido de oposição tem direito de formar um gabinete paralelo. Cabe ao líder da oposição questionar o primeiro-ministro. Seus ministros paralelos debatem com os ministros de suas áreas.

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