São Paulo, domingo, 16 de abril de 1995
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Falta de 'vícios' facilita regime de criança

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

A modificação do comportamento alimentar é um dos principais passos no controle da obesidade nas crianças.
Para a nutricionista Mônica Beyruti, é até mais fácil uma criança aceitar o controle alimentar do que um adulto.
A maior parte das crianças obesas ainda não adquiriu "vícios alimentares" e permite uma intervenção mais rápida -o que propicia melhores resultados.
O sistema da nutricionista corrige os hábitos alimentares. Nenhum alimento é proibido. As crianças aprendem que certos tipos de nutrientes engordam mais e devem ser ingeridos com moderação.
Frituras, refrigerantes e doces gordurosos são os candidatos mais frequentes às restrições.
Não adianta dizer para a criança que ela deve comer frutas e verduras em vez de doces e sanduíches se não for explicada a importância desses alimentos para o organismo e a diferença que eles podem fazer no controle do peso.
A criança deve ser convidada a participar de forma ativa do seu processo de emagrecimento.
Comer sentada, prestar atenção nos alimentos ingeridos e evitar atividades como ler, brincar ou ver televisão durante as refeições são medidas que buscam reeducar a criança. Ela começa a perceber o que está comendo e a evitar exageros na hora das refeições.
"Devorar" sacos de salgadinhos à tarde assistindo TV ou brincando de videogame (atividades sedentárias) passou a ser uma atitude comum nas crianças das grandes cidades.
Estimular atividades como passear, brincar e andar de bicicleta é uma maneira de interferir nesse ciclo. Segundo Mônica, o comportamento alimentar da criança é apenas um reflexo do hábito da família. Nesses casos, é necessário reeducar toda a família para se obter um resultado satisfatório. (JB)

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