São Paulo, terça-feira, 18 de abril de 1995
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FHC diz que não vai pedir nada a Clinton

FLÁVIA DE LEON
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que não vai pedir nada ao governo norte-americano durante o encontro que terá com o presidente Bill Clinton.
"O Brasil não está precisando de nada, não vai pedir nada", afirmou FHC antes de embarcar para os Estados Unidos.
"Eu vou com a tranquilidade de dizer que o país sabe o que quer. O que o Brasil quer? O Brasil quer melhorar, olhar para o seu povo, dar mais condições de trabalho, de salário e de crescimento econômico", disse o presidente.
Resultado
FHC afirmou que a audiência com Clinton não "é para ter um resultado imediato". Ele disse que o encontro servirá para que as relações entre os dois países sejam cada vez melhores.
Segundo FHC, seu diálogo com Clinton será "maduro". "Não deixarei de ter uma conversa franca sobre o que acontece no mundo", disse.
Apesar da afirmação de que não vai pedir nada, FHC falou como quem pretende obter do presidente norte-americano o apoio para que o Brasil se torne membro efetivo do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.
"No momento em que as Nações Unidas farão 50 anos, é o momento de nós repensarmos os mecanismos tanto de manutenção da paz universal como de estabilização das economias", disse.
Para definir o motivo da viagem aos EUA, onde ficará até o próximo sábado, FHC disse que o Brasil vai manter sua "tradição de uma ação cada vez mais presente no cenário internacional, construindo a paz, construindo um espírito de cooperação".
Presente e futuro
Em discurso improvisado a 190 guardas-marinha que passarão cinco meses em instrução no mar, a bordo do navio-escola Brasil, FHC disse que o país superou o principal obstáculo (a inflação).
Afirmou que seu governo está encaminhando "soluções definitivas para questões tão tormentosas", como a inflação. FHC disse que chegou o momento de o Brasil "vislumbrar horizontes mais largos" e perceber que o país já não é do futuro, "é do presente".
O presidente afirmou que, assim como conseguiu baixar a inflação, o país vai superar as dificuldades. FHC identificou como dificuldades as desigualdades sociais, a pobreza e a criminalidade.
Para ele, se houver desenvolvimento tecnológico e um esforço de reorganização, o Brasil não entrará no "próximo milênio como uma nação que seja moderna apenas de fachada".
"Mas que essa modernidade signifique um bem-estar maior para todos e uma confiança dentro de cada um de que, ao trabalhar, terá uma retribuição condigna e, sobretudo, que trabalha para um país que tem rumo", completou.
Helicóptero
FHC foi ao Rio ontem participar das solenidades de despedida dos guardas-marinha. Ao contrário da última vez em que esteve na cidade, quando houve uma manifestação contra as reformas constitucionais, FHC se deslocou somente de helicóptero.
Ele chegou ao Distrito Naval às 11h20, com 25 minutos de atraso em relação ao programa oficial. O presidente conheceu o porta-aviões Minas Gerais, o arsenal de guerra e o local onde são construídos os submarinos.
Depois, foi de lancha até o navio-escola Brasil, onde almoçou com os guardas-marinha.

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sobre a viagem de FHC à pág. 1-10

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