São Paulo, terça-feira, 18 de abril de 1995
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6 são suspeitos de mortes em Guarulhos

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia tem seis suspeitos da chacina em que morreram quatro pessoas, no último sábado, na favela Nova Cumbica, em Guarulhos (20 km ao norte de São Paulo).
Uma arma que teria sido usada no crime foi apreendida pelos policiais envolta em papéis manchados de sangue. O principal suspeito da chacina estava foragido até as 21h de ontem.
"Temos algumas pistas e estamos próximos da solução", diz o delegado titular do 8º Distrito Policial, Dejair Rodrigues, 41, que preside o inquérito sobre o caso.
O crime estaria ligado a um acerto de contas por causa do roubo e do furto de cargas na região de Guarulhos. O delegado não quis revelar outros detalhes para "não atrapalhar as investigações".
Uma equipe de 12 investigadores trabalha no caso. Ontem pela manhã, os policiais fizeram uma "varredura" (serviço de investigação) na favela.
"A lei do silêncio dificulta o trabalho", diz Rodrigues. A "lei do silêncio" é imposta por criminosos e proíbe moradores de locais onde ocorrem atividades ilegais de falarem sobre o assunto.
Às 21h30 do último sábado, Gildo de Araújo, 28, Adenilson Oliveira, 33, Cícero Santos, 29, e Fernando da Silva, 29, foram mortos com tiros na cabeça quando saíam de um bar na favela.
Francisco de Freitas foi assassinado com três tiros, também na cabeça, na mesma noite, a 50 metros do local da chacina.
O delegado Rodrigues descartou ontem ligação entre o assassinato de Freitas e as outras mortes. "Até o momento, as investigações não apontam conexão entre os crimes."

Dificuldade
O delegado titular da seccional de Guarulhos, Octacílio de Oliveira Andrade, 56, disse que as chacinas ocorrem com frequência nessa região por ser um local pobre e com alto índice de criminalidade.
"A investigação é difícil porque em geral não há testemunhas e, muitas vezes, a população apóia esse tipo de crime e não colabora com a polícia", diz Andrade.
Segundo o delegado, a polícia está tentando prevenir esse tipo de crime com rondas para desarmar a população.

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