São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 1995
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Editoras fazem críticas à unificação ortográfica

JOSÉ GERALDO COUTO
EDITORAS FAZEM CRÍTICAS À UNIFICAÇÃO ORTOGRÁFICA

Alguns dos principais editores brasileiros de livros consultados pela Folha manifestaram desagrado diante da unificação ortográfica do português aprovada anteontem pelo Senado e que prevê mudanças na língua (veja quadro ao lado). As nova medida ainda não tem data para entrar em vigor.
Sergio Machado, da Record, estima que a editora terá um custo adicional de cerca de US$ 2 milhões por causa das mudanças.
O editor e poeta Fernando Paixão, da Ática, concorda que os prejuízos serão altos, sobretudo para uma editora como a Ática, que publica livros didáticos e paradidáticos adotados em escolas.
Com 2.500 títulos em catálogos, a Ática é a editora que mais fatura no país. Prevê para este ano um faturamento de US$ 100 milhões.
O editor Ivan Pereira Machado, da L&PM, é mais incisivo: "Essa reforma é uma coisa meramente de devaneios acadêmicos, que partiram do sr. Antonio Houaiss".
O filólogo e ex-ministro da Cultura Antonio Houaiss foi o principal formulador do projeto de unificação aprovado anteontem.
Pereira Machado estima que a mudança trará um prejuízo de US$ 1 bilhão para o país. "O governo federal, através da Fundação de Assistência ao Estudante, e os governos estaduais compram cerca de 40% dos livros impressos no Brasil, para doar a escolas públicas e populações carentes", diz.
Uma voz discordante entre os editores é a de Pedro Paulo Sena Madureira, da Siciliano. "A idéia da unidade ortográfica é uma idéia de língua consistente, poderosa. Por exemplo, em todos os países de língua francesa usa-se a mesma ortografia", diz. (JGC)

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