São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 1995
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Portugueses prevêem prejuízos

JAIR RATTNER
DE LISBOA

Os grandes inimigos do acordo ortográfico em Portugal são também os editores de livros. Para Nélson de Matos, proprietário da editora Dom Quixote, "em 1991, quando foi assinado o acordo, o prejuízo calculado foi de US$ 200 milhões, sobretudo nas editoras de dicionários e enciclopédias".
Segundo Matos, a posição das editoras portuguesas é de que o acordo é inútil na unificação da língua. "Mais importante são as diferenças morfológicas e sintáticas", afirma.
A professora Maria Helena Prieto, presidente do Movimento Contra o Acordo Ortográfico, conta que apenas a Porto Editora, especializada em livros escolares e técnicos, levaria 12 anos para refazer seus dicionários. Para ela, ao invés de melhorar e simplificar a língua, o acordo complica e aumenta as divergências.
José Cardoso Pires, o segundo escritor português contemporâneo mais vendido no Brasil, não quer saber de mudanças: "Não vou respeitar o acordo", afirma. "Penso que isto vai ao encontro de uma falsa política cultural de intercâmbio entre Brasil e Portugal." (Jair Rattner)

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