São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 1995
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Triplica compra com cartão de crédito

FIDEO MIYA
DA REPORTAGEM LOCAL

O faturamento das administradoras de cartões de crédito foi de cerca de US$ 4 bilhões no primeiro trimestre de 95, quase o triplo dos US$ 1,369 bilhão faturados no mesmo período do ano passado.
A estimativa foi feita pelo presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Nilton Volpi.
Ele prevê um faturamento em torno de US$ 15 bilhões para todo o ano de 95, o que representará um crescimento de 46% sobre os US$ 10,3 bilhões faturados em 94.
O número de consumidores com cartão de crédito, que era de 10,7 milhões no final de 94, deve subir para cerca de 13 milhões até o final deste ano.
Segundo Volpi, esse valor pode aumentar se até o final do ano o Banco Central revogar a proibição do crédito rotativo, feita em outubro de 94, dentro do primeiro pacote de medidas anticonsumo.
Até outubro passado, o consumidor tinha a opção de pagar um mínimo de 10% do valor da fatura e financiar os 90% restantes. Hoje, tem que pagar 100% da fatura todo mês, no vencimento.

Inadimplência
A proibição do crédito rotativo, segundo o presidente da Abecs, foi o fator que mais contribuiu para o aumento da inadimplência nos cartões de crédito no primeiro trimestre deste ano, estimado entre 1,5% e 2% do faturamento.
Isto significa que os consumidores que fizeram compras com cartão de crédito deixaram de pagar entre R$ 60 milhões e R$ 80 milhões no vencimento das faturas de janeiro a março.
Nos últimos anos, segundo Volpi, o índice médio de atrasos nos pagamentos das faturas durante o primeiro trimestre tem sido de 1%. Ou seja, a inadimplência deste ano está 50% a 100% acima da média histórica.
É considerado inadimplente o consumidor que não pagou a fatura 30 dias após o seu vencimento.
Após esse prazo, o titular do cartão de crédito em atraso recebe uma multa de 10% sobre o valor da fatura e paga juros de 12% a 18% ao mês sobre a dívida.
A inadimplência está sendo considerada normal pelas administradoras de cartões, que estão mantendo seus investimentos na modernização e na ampliação de suas atividades, diz Volpi.
Isto porque, nos anos anteriores, os portadores de cartão de crédito usavam o crédito rotativo para rolar de 50% a 70% das dívidas contraídas no primeiro trimestre.

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