São Paulo, sexta-feira, 21 de abril de 1995
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Prédio será 'embrulhado' em plástico

MAURO TAGLIAFERRI
DO ENVIADO ESPECIAL

O edifício Alfred Murrah será "empacotado" dentro de três dias para se evitarem maiores prejuízos além dos já sofridos em decorrência da explosão de anteontem em Oklahoma City.
Na tarde de ontem, chegaram à cidade técnicos da Global Wrap and Services Incorporation, uma empresa especializada em proteger bens atingidos por grandes desastres.
Segundo o presidente da firma, Anthony Seraphin, três tipos de trabalho serão executados no edifício de Oklahoma.
Em primeiro lugar, todos os objetos de valor que lá sobraram serão empacotados e guardados.
Depois, todas as portas e janelas que resistiram à explosão serão vedadas.
Na última etapa, todo o prédio será envolvido por uma manta de material plástico de fabricação da própria empresa.
"Em grandes desastres, como o de Oklahoma City, cerca de 40% das perdas em bens se dão depois do acidente, por causa da ação da chuva e da poeira", afirmou Seraphin.
"São perdas de milhões de dólares que tentamos evitar", acrescentou Seraphin.
Para realizar este trabalho, a firma, que foi chamada pela prefeitura local, receberá em torno de US$ 100 mil.
Além do Alfred Murrah, outros três edifícios da região -que tiveram todas as suas janelas quebradas na explosão- também serão vedados pela empresa.
"Pela minha experiência, acho que o prédio não poderá ser recuperado e acabará implodido", afirmou o presidente da empresa.
A Global Wrap -cujo slogan, estampado na jaqueta vermelha de seus funcionários, é "nós cobrimos qualquer coisa em qualquer lugar- existe há 14 anos.
A empresa, que tem sede no Estado da Pensilvânia (Costa Leste dos Estados Unidos), normalmente trabalha em associação com seguradoras, mas também costuma atender a grandes incidentes.
"Já trabalhamos em acidentes na Armênia e no Irã. Tentamos ajudar no terremoto na Cidade do México, mas tivemos problemas com o governo", contou Seraphin.
Segundo ele, até que a burocracia mexicana liberasse a verba para a realização do serviço, todos os bens que poderiam ser salvos já estavam danificados.
A firma não se envolve, porém, com o salvamento de pessoas, nem com o resgate de corpos.
No edifício Alfred Murrah, os funcionários da Global Wrap vão trabalhar simultaneamente com os peritos da polícia e do Corpo de Bombeiros e as equipes de resgate. Mas os funcionários da empresa não interferem no trabalho deles . (MT)

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