São Paulo, sábado, 22 de abril de 1995
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Quercismo tenta "esmagar" Fleury

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-governador paulista Orestes Quércia inscreveu os nomes mais conhecidos de sua corrente política na cidade de São Paulo para disputar a direção do diretório municipal do PMDB.
Integram a chapa de Quércia, denominada "Unidade e Lealdade", os deputados federais Alberto Goldman e Aloysio Nunes Ferreira Filho. Os deputados estaduais da chapa são Gilberto Nascimento e Rosmary Correa.
Quércia montou pessoalmente a chapa. O objetivo dele é "esmagar" a ala adversária, comandada pelo também ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho.
O raciocínio de Quércia é que, se o seu grupo vencer a disputa paulistana marcada para o próximo dia 30, a corrente de Fleury não terá a mínima chance de, posteriormente, tentar o controle do diretório estadual da legenda.
Fleury também articulou em casa e em seu escritório a chapa "PMDB Sempre".
Sem a presença de deputados, a lista de Fleury recorreu basicamente a vereadores.
Integram a chapa de Fleury os vereadores "Zé Índio", "Turco Louco", Edson Simões, Avanir Duran Galhardo, Nelo Rodolfo e Murilo Antunes Alves.
Votam no dia 30 cerca de 300 delegados partidários já eleitos nos diretórios zonais (de bairro) da capital. O grupo de Fleury tenta obter na Justiça o direito de realizar amanhã a escolha de delegados em mais sete diretórios zonais.
O Diretório Regional do PMDB, controlado pelos quercistas, vetou a eleição desses delegados alegando problemas legais.
A articulação de Fleury tem o apoio do deputado federal Luiz Carlos Santos (líder do governo na Câmara) e do ex-deputado estadual Arnaldo Jardim, que também é um dos inscritos na chapa "PMDB Sempre".
Nos bastidores, os dois grupos trocam acusações sobre ofertas de emprego e outras promessas para obter o apoio de delegados.
Se perder a eleição peemedebista na capital paulista, o que hoje aparece como hipótese mais provável, Fleury terá poucas possibilidades de continuar no partido.
Ganhando a direção do PMDB paulistano, Quércia inviabilizará uma eventual candidatura de Fleury à Prefeitura de São Paulo pelo PMDB.
Luiz Carlos Santos também é alvo da ira quercista. Para os seguidores do ex-governador, Santos quer atrair o PMDB, na eleição paulistana de 96, para uma aliança com o PSDB ou, cumprindo uma tradição, anunciar sua candidatura para depois negociar politicamente sua retirada.

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