São Paulo, sábado, 22 de abril de 1995
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SOBREVIVENTES

"Foi um pesadelo. Estava dormindo e não sabia se era realidade ou delírio. Fiquei sem me mexer e o ar foi acabando. Tinha uns três m de terra em cima de mim. Achei que fosse morrer. Só me salvei porque o Raimundo (colega de quarto) estava no banheiro e conseguiu escapar. Ele mostrou aos bombeiros onde eu estava. Tive sorte de sair só com arranhões."
(Marcione Reis Bezerra, 22, chapeiro de lanchonete, mora na pensão há 6 meses

"Tinha acabado de pegar no sono. Ouvi um barulho e, quando tentei me mexer, senti que estava preso. Era difícil respirar porque havia poeira demais. Demorei a perceber que a pensão tinha desabado. Consegui sair debaixo das telhas sozinho, mas não me lembro como. Ainda estou bastante perturbado. Fiquei um tempão olhando os escombros e vi quando acharam o corpo do Pedro, que era garçom como eu. Escapei da morte por pouco."
(Manoel Vasconcelos, 32, garçom)

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