São Paulo, sábado, 22 de abril de 1995 |
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Cidade no AM tem 81% dos jovens analfabetos
AURELIANO BIANCARELLI; ANDRÉ MUGGIATI
Há uma semana, a cidade ganhou fama por outro recorde, desta vez triste: é a campeã de analfabetismo entre jovens no país. O ranking do analfabetismo entre as cidades brasileiras foi divulgado pela Unicef no Brasil, fundo das Nações Unidas para a infância. O levantamento é do censo do IBGE realizado em 1991. O resultado do trabalho duas instituições será anunciado em julho. A escolha da faixa etária entre 15 e 17 anos é elucidativa: o adolescente que não aprendeu a ler até essa idade, dificilmente aprenderá mais tarde. "O analfabetismo nesta faixa etária é um indicador do fracasso do sistema", diz o economista Silvio Kaloustian, analista de projetos da Unicef. "Indica que a escola não foi capaz de incorporar o aluno na faixa de idade devida." A pesquisa Unicef-IBGE revela grandes disparidades entre as regiões do país. Quatro cidades gaúchas e duas paulistas têm zero de analfabetismo na faixa de idade estudada. Entre as 50 cidades com melhores índices de alfabetização -menos de 1,5% de analfabetismo-, 49 estão no sul e sudeste. Já os 50 piores -com índice de analfabetismo acima de 54%- ficam todos nas regiões norte e nordeste do país. No país todo, o número de adolescentes analfabetos chega a 1,3 milhão. Para a Unicef, taxas de analfabetismo acima de 20% entre os jovens são preocupantes. De acordo com o censo de 1991, 1.500 municípios dos 4.491 existentes na época estavam acima desse patamar. São cidades que não poderão contar com uma força de trabalho qualificada e produtiva. A intenção do levantamento -segundo a Unicef- é chamar a atenção para as regiões mais atingidas pelo analfabetismo. Entre as causas apontadas pela Unicef estão a baixa qualidade do ensino, a alta taxa de repetência, a inadequação do currículo à realidade local e a falta de acesso ao primeiro grau completo. A Unicef considera que a família e a comunidade têm grande papel na alfabetização. Em São Paulo de Olivença, no Amazonas, o padre Sansão Castelo Branco e a prefeitura estão tentando levar os jovens para a escola. A cidade é a segunda no ranking brasileiro do analfabetismo entre jovens de 15 e 17 anos. (Aureliano Biancarelli e André Mugiatti) Texto Anterior: Médicos querem investimentos Próximo Texto: Índice em SP chega a 26% Índice |
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