São Paulo, sábado, 22 de abril de 1995
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ITA e FGV ficam sem conceito A em seus cursos

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Algumas das instituições de ensino superior mais disputadas no vestibular não conseguiram nenhuma nota A em seus doutorados.
Dois exemplos: o ITA (Instituto de Tecnologia Aeronáutica), em São José dos Campos (SP), e a Escola de Administração de Empresas da FGV (Fundação Getúlio Vargas), em São Paulo.
O ITA teve B em seu doutorado em engenharia aeronáutica e mecânica e A- (A menos) no curso de mestrado da área -na última avaliação os dois tinham A.
Na área de engenharia eletrônica as notas do ITA foram B+ (B mais) para o doutorado e para o mestrado. Em física tem C no doutorado e B no mestrado. A área de pesquisa operacional e transporte aéreo é a pior, segundo a Capes: C e C.
Procurado pela Folha, o reitor do ITA, Euclides Carvalho Fernandes, disse que prefere falar sobre os resultados na próxima semana, quando terá mais informações sobre a qualidade desses cursos.
A FGV teve B em seu doutorado de administração de empresas e A no mestrado. Não houve queda em relação à última avaliação nem está abaixo de outras instituições: nenhum doutorado teve B na área.
Em administração de empresas a FGV ganhou as notas C+ (C mais) para o mestrado e B- (B menos) para o doutorado. Em administração pública só há mestrado, que ficou com B+ (B mais).
Samir Curi, 31, aluno do doutorado em economia, acha que os critérios da Capes nem sempre são corretos. "Eles valorizam o fato de o professor ter dedicação exclusiva à instituição. Mas em áreas como administração ou engenharia às vezes os melhores professores não trabalham só na sala de aula e em pesquisa", diz.
A avaliação da Capes traz surpresas. O melhor curso de pós-graduação em direito, por exemplo, não está no Rio ou São Paulo, onde atuam os profissionais mais bem pagos desta profissão.
Fica em Belo Horizonte, na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), a única pós-graduação de direito com A no mestrado e no doutorado. O doutorado na USP caiu de A para B. A diretoria da faculdade foi procurada, mas não retornou a ligação.
A UFGO (Universidade Federal de Goiás) está entre as que tiveram a pior avaliação em direito: D para seu curso de mestrado. José Bezerra Costa, 50, coordenador do curso, acha que a queda (antes era C) aconteceu porque nenhum mestrado foi concluído em dois anos.
"Acontece que os alunos passam dois anos estudando e só escrevem a dissertação no terceiro ano", diz.
(PSP)

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