São Paulo, sábado, 22 de abril de 1995
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EUA e Canadá devem investir US$ 150 mi em TV a cabo

ELVIRA LOBATO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

EUA e Canadá devem investir
US$ 150 mi em TV a cabo
A construção das redes de TVs a cabo no Brasil pode atrair, só neste ano, cerca de US$ 150 milhões de investimentos provenientes dos Estados Unidos e Canadá.
A previsão é do vice-presidente do Communications Equity Associates (banco de investimentos da Flórida), Mark Sena, que está no país para identificar oportunidades de negócios neste mercado para seus clientes.
Como Sena, pelo menos outros dez executivos de instituições norte-americanas vieram ao país esta semana para participar do Brasil Link 95 (principal evento do mercado de TVs por assinatura) e fazer contatos com empresários.
O encontro foi realizado no Rio de Janeiro, de terça a quinta-feira, e reuniu fornecedores de equipamentos, programadores e executivos das 70 empresas de TVs a cabo em funcionamento no país.
Entre os executivos norte-americanos enviados para garimpar negócios durante o Brasil Link, estava John Clark, diretor do Pierce Investment Banking.
Ele disse à Folha que tem clientes interessados em se tornar sócios de TVs a cabo na região sul do país, mas que não estava autorizado a identificá-los, nem a revelar o volume de dinheiro que eles se dispõem a desembolsar.
O Brasil tem o maior mercado potencial de TV a cabo da América Latina, o que explica o interesse dos investidores estrangeiros.
David Leonard, vice-presidente da UIH (United International Holding), empresa especializada em investimentos fora dos EUA, avalia que o Brasil terá, no mínimo, 5,5 milhões de assinantes de TV a cabo até o final de 1999.
As redes de TVs a cabo estão na fase inicial de implantação e o número de assinantes está por volta de 200 mil. As previsões, no entanto, são de crescimento vertiginoso: mais de 20 vezes em apenas quatro anos.
A United Internacional Holding foi a primeira empresa norte-americana a investir no mercado brasileiro de TV a cabo. Ela tem 25% da Net São Paulo, 20% da TV Cabo Rio (RJ) e 46% da TV a cabo de Jundiaí, interior de São Paulo.
David Leonard disse que a construção das redes de cabo vai exigir mais de US$ 2 bilhões em investimentos nos próximos cinco anos.
O Brasil, na avaliação da UIH, tem um grande potencial para a exploração de serviços interativos através das TVs a cabo, como a aquisição de produtos ("home shopping") e a movimentação de contas bancárias ("home bank").
Mark Sena, do Communications Equity Associates, disse à Folha que as operadoras de TV a cabo e as empresas de investimentos de risco (especializadas em comprar ações de empresas novas para revendê-las no futuro) são as maiores interessadas em entrar no mercado brasileiro.

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