São Paulo, sábado, 22 de abril de 1995
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Estilo "hippie de boutique" invade o palco

ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA

Marisa Monte entra para seu show "brasileiro" vestida de hippie. Hippie chique, é certo, limpinha, de banho tomado e cabelo lavado. Mas hippie.
Mas tira logo, dando lugar para uma espécie de bata frente-única, deixando compactas costas à mostra. A calça de corte quadrado, em marrom avermelhado, dá o tom do batom e do esmalte.
Nos pés um sapato dourado de salto quadrado e tiras que sobem pela perna, sob a calça.
Muitos braceletes e um colar de miçangas ornam o traje, desenvolvido pela figurinista Rita Murtinho a partir de uma roupa de uma certa Alpana Bawa, obscura estilista do East Village nova-iorquino que tem como aposto ser namorada do amigo Arto Lindsay.
Na banda, o baixista Dadi era o mais à vontade, em roupas tie-dye (aquelas manchadas tipo água sanitária). Afinal, tudo tinha mesmo aquela cara de Cor do Som.
Parte integrante do figurino freak do show é a jogação de cabelo. Lá pela terceira música Marisa já solta a trança, ficando cuidadosamente desarrumada. É seu gancho para levantar, puxar pra trás e enrolar os cabelos à maneira das adolescentes.
Também jogavam cabelo o tempo inteiro o percussionista Marco Lobo, o guitarrista Davi Moraes, e a backing Flavia Virginia, numa jam-session "bem lôca". Bem anos 60, né?
Talvez o look hippie seja uma mensagem paz-e-amor para o Brasil. Sabe-se lá. Mas fica mais estranho mesmo junto às coreografias afro e indiana que a cantora ensaia em cena.
Pode ser uma saída. Menos previsível do que as mímicas das músicas ou do que entrar em cena com a coleção igualmente "brasileira" das vitrines da Forum.

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