São Paulo, domingo, 23 de abril de 1995
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Transporte ferroviário é subsidiado

DA AGÊNCIA FOLHA, EM VITÓRIA

A Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), empresa administrada pela Vale, subsidia as passagens de 1,5 milhão de pessoas anualmente que utilizam seus trens ao longo dos quase 700 quilômetros que ligam Vitória (ES) a Belo Horizonte (MG).
Segundo o superintendente da ferrovia, Alcio Ferreira Passos, se a empresa quisesse "empatar" seus gastos com a receita teria que cobrar o dobro da tarifa atual. "É o trem que socorre as cidades não interligadas por rodovias asfaltadas nas épocas de chuvas e que atende o público mais pobre".
Os mesmos trilhos que sustentam os dois trens diários do deficitário transporte de passageiros -que partem de Vitória e Belo Horizonte- servem também para levar outros 60 trens cargueiros que circulam todos os dias por aquele trecho, transportando anualmente mais de cem milhões de toneladas de minério, aço, celulose, soja e outras mercadorias.
Segundo Passos, a EFVM é a ferrovia que apresenta a maior tonelagem de carga trafegando em cada quilômetro em todo o mundo. Para 95, a previsão de Passos é de que 104 milhões de toneladas de cargas sejam transportadas pela EFVM. Este volume representa mais de 40% do transporte ferroviário total do Brasil.
Os 60 trens que trafegam diariamente pela EFVM têm juntos cem quilômetros de extensão. Cada composição possui 160 vagões e mede 1,65 km de comprimento.
Nos 53 anos da Vale, a EFVM já transportou 2,1 bilhões de toneladas de cargas, que equivalem a 26 vezes o total da safra brasileira de grãos deste ano.
"Levamos 41 anos para transportar o primeiro bilhão e 11 anos para completar o segundo. Queremos fazer o terceiro bilhão nos próximos nove anos", afirma.
A EFVM emprega 4.900 pessoas e possui 210 locomotivas, 13.500 vagões e 900 quilômetros de trilhos.
Segundo Passos, para se implantar hoje uma ferrovia como esta seria necessário um investimento de US$ 3,5 bilhões. Só este ano, a Vale está investindo US$ 240 milhões na ferrovia.

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