São Paulo, domingo, 23 de abril de 1995
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Bancos suspendem novos financiamentos

FIDEO MIYA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Bradesco, maior banco privado brasileiro, suspendeu os empréstimos pela carteira hipotecária, já que os recursos correspondentes estão totalmente comprometidos com financiamentos antigos.
Segundo a assessoria de imprensa, o Bradesco está concedendo apenas financiamentos pelo SFH (Sistema Financeiro de Habitação), de até 70% do valor para imóveis novos, e até 50%, para usados.
A situação é inversa no segundo maior banco privado do país, o Itaú, que está oferecendo financiamentos apenas pela carteira hipotecária.
Os recursos destinados ao SFH estão comprometidos com empréstimos já concedidos, segundo a assessoria de imprensa do Itaú.
A escassez de recursos fez o BCN (Banco de Crédito Nacional) conceder financiamentos apenas para seus funcionários e para clientes do banco há mais de três anos, segundo Cláudio Borges Cassemiro, gerente de aplicações e crédito.
Diferenças
Uma das diferenças básicas entre um empréstimo pelo SFH e outro pela carteira hipotecária é a taxa de juros. No primeiro caso, o juro é tabelado em 12% ao ano. No segundo, a taxa de juro é livre e oscila entre 16% a 24% ao ano. Em ambos os casos, o saldo é corrigido pela TR (Taxa Referencial de juros).
Outra diferença é que, na carteira hipotecária, o mutuário não pode utilizar o saldo de seu FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) na aquisição do imóvel.
Segundo o diretor de um grande banco, outro fator que contribui para a escassez de financiamentos para a compra da casa própria é o baixo retorno dos empréstimos antigos, por conta dos valores irrisórios das prestações de muitos contratos.
Dados divulgados pelo Banco Central sobre o perfil dos contratos em dezembro de 94 mostram que, dos 1,311 milhão de mutuários, 269.207 (20,52%) pagavam prestações mensais de até R$ 20. Do total, 831.703 mutuários (63,41%) pagavam mensalidades de até R$ 100.
(FM)

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