São Paulo, domingo, 23 de abril de 1995
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Câmbio volta a mobilizar mercado financeiro

DA "AGÊNCIA DINHEIRO VIVO"

O eixo das preocupações do mercado financeiro voltou a se deslocar esta semana da inflação para o câmbio. Com a divulgação do IPC-Fipe da segunda quadrissemana de abril, de 2,29%, as instituições chegaram à conclusão de que a alta de preços, do ponto de vista do investidor, não inquieta, por ser lenta e previsível.
O raciocínio é o de que a inflação não justificaria mudanças na política monetária. Em leilão informal de títulos na quarta-feira o BC ratificou sua intenção de não mudar o over de abril.
Apesar de não indicar a tendência para maio, aumenta entre as instituições a crença de que o Banco Central manterá o juro estável em 4,26% -taxa over de 5,69% em maio. Isso implica em queda do juro real, dos 2,3% de março para 1,7% na hipótese de inflação ao redor de 2,5% este mês e em maio.
O BC já mostrou que não pretende combater o desequilíbrio cambial via aumento das taxas de juros. Terá de fazê-lo por meio de medidas diretas, já que não há perspectiva de consolidação de superávit diário da balança cambial.
Nos 11 primeiros dias úteis deste mês o saldo foi negativo em US$ 433,4 milhões. Os importadores estão com medo de novas restrições fiscais e tratam de antecipar o fechamento de câmbio.
Segundo operadores, só não se repete a agitação de março porque há suspeitas de realização, pelo BC, de leilões informais de venda de dólares junto a poucos dealers.

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