São Paulo, domingo, 23 de abril de 1995
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Saída é maior em janeiro e março

DA REPORTAGEM LOCAL

No primeiro trimestre deste ano, investidores estrangeiros retiraram do país US$ 2,5 bilhões. A maior parte estava em renda fixa, aplicação sem risco, que paga correção monetária, correção cambial ou TR mais juros.
O movimento de retirada foi concentrado em janeiro, por causa da crise mexicana, e março, em consequência da crise local criada com a desvalorização do real.
Em fevereiro, o movimento esteve quase equilibrado. Houve uma saída de US$ 1 bilhão, contra entrada de US$ 890 milhões. Em janeiro, os investidores tiraram US$ 2,33 bilhões e trouxeram US$ 1,16 bilhão. Em março, saíram US$ 2,36 bilhões e entrou US$ 1,17 bilhão. No ano passado, os investimentos estrangeiros cresceram US$ 3,75 bilhões.
Em 30 de dezembro último, os investidores estrangeiros tinham US$ 20,97 bilhões no Brasil, sendo US$ 16,25 bilhões em ações.
Em 30 de março, esse investimento em Bolsa estava reduzido a US$ 11 bilhões, essencialmente por causa da desvalorização das ações. Aparentemente, portanto, os estrangeiros mantiveram suas posições em Bolsas; talvez porque a saída, neste momento, significasse realizar prejuízo.
No caso das aplicações em renda fixa, é nítido o movimento de saída. Nesse caso, trata-se, ao contrário, de realizar lucros. Na medida em que as aplicações venciam, investidores fechavam o negócio.
Por outro lado, verifica-se que entrou dinheiro novo mesmo nos piores dias, dependendo do tipo de investidor. Os mais ousados entram para aproveitar o momento em que os papéis ficam baratos.

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