São Paulo, domingo, 23 de abril de 1995 |
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Físico ganha pouco mais que supervisor
DENISE CHRISPIM MARIN
Segundo a Adusp (Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo), o poder aquisitivo de um professor caiu de 33% a 50% desde o final da década de 70. Em março, um professor-doutor em regime de dedicação integral da USP recebeu quantia equivalente a um terço do salário médio de um diretor na iniciativa privada. "O único benefício vantajoso que temos é a aposentadoria integral", afirma Otaviano Helene, 45, professor do Instituto de Física e presidente da Adusp. Helene segue carreira na área de física nuclear na universidade há 18 anos. Cursou pós-doutoramento na França e domina dois idiomas -inglês e francês. Seu salário-base no mês passado foi de R$ 2.602. Desse total, R$ 600 tiveram como destino as mensalidades das escolas de dois de seus três filhos. Supervisor de produção na indústria de embalagens metálicas Brasilata, Antonio Bernardo Sobrinho, 47, ganha pouco menos que Helene -R$ 2.150. Começou como ajudante-geral há 32 anos na empresa, aprendeu o ofício de ajustador mecânico e hoje coordena uma célula de produção com 50 operários. A empresa praticamente o formou, com treinamento interno e cursos. Da escola, Bernardo se desligou ao completar o 4º ano. "Profissionais em função semelhante chegam a ganhar salários mais altos que o meu", afirma. Segundo a KPMG, consultoria voltada para a recolocação de executivos, as empresas estão disputando profissionais da área financeira -e elevando seus salários. É o caso do gerente financeiro. O salário oferecido varia de R$ 5.000 a R$ 6.000. Mas o profissional deve responder também por funções típicas de controladoria. A maré, no entanto, abaixou para gerentes de informática, com a forte tendência de terceirização dessa área nas organizações. Durante os anos 80, profissionais de informática chegavam a receber salários 20% acima dos valores de mercado. (DCM) Texto Anterior: Mercado provoca distorções nos salários Próximo Texto: Saiba como pedir equiparação Índice |
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