São Paulo, domingo, 23 de abril de 1995
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Após um ano, Senna continua como herói

DA REPORTAGEM LOCAL

Há quase um ano Ayrton Senna morria na curva Tamburello, durante o GP de San Marino de F-1. O Brasil perdia seu grande herói das pistas.
Tricampeão mundial, recordista em pole-positions (65), Senna era um piloto impecável, hábil também fora das pistas. Sabia, como poucos, administrar a própria carreira e imagem.
Sua morte, porém, não apagou o fanatismo dos fãs nem o sucesso comercial de seu nome, transformado em marca.
A figura do piloto, pelo contrário, se tornou objeto de adoração em todo o mundo.
Foi fundado por sua família o Instituto Ayrton Senna, uma associação que pretende transferir, para obras assistenciais, recursos arrecadados com negócios vinculados ao nome e à imagem do piloto.
Alguns consideram exploração, outros uma iniciativa louvável.
Não se pode negar o fato, no entanto, de que Senna continua ocupando o papel de grande herói no imaginário coletivo da população brasileira.
A morte até parece ter contribuído para a caracterização de um ser fantástico, que não era delineado de forma tão exata enquanto o piloto era vivo.
As consequências de sua ausência foram muitas. Mas apenas no Brasil foi detectado um declínio no interesse pela F-1 por parte do público. Em outros países, ao contrário, até aumentou.
A convite do Caderno de Esporte, dois articulistas da Folha, Carlos Heitor Cony e Nelson Ascher, e o governador do Ceará, Tasso Jereissati, expuseram nesta página suas opiniões sobre o fenômeno Senna.
Às vésperas do primeiro aniversário da morte de Senna, a ser celebrado no próximo dia 1º de maio, o debate se mostra necessário.
No âmbito do esporte, Senna, sem dúvida, foi um dos melhores de todos os tempos. Mas o que se percebe após um ano é uma extrapolação de seus feitos, colocando-o muito além dos recordes na pista.

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