São Paulo, domingo, 23 de abril de 1995 |
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Jospin e Balladur tentam lugar no 2º turno
ANDRÉ FONTENELLE
As últimas pesquisas dão empate técnico entre os dois, hoje, no primeiro turno. Três pesquisas de diferentes institutos davam os seguintes resultados anteontem: Jacques Chirac 26%, Jospin 21%, Balladur 17,5% (instituto Sofres); Chirac 23,5%, Balladur e Jospin 20% (Ifop); Chirac 24%, Balladur e Jospin 20% (Ipsos). A informação foi publicada no jornal suíço "Tribune de Genève", de Genebra, já que a divulgação de pesquisas na última semana de campanha é proibida na França. Mas nada impede a publicação de sondagens na Suíça. Ou seja, a grande maioria dos franceses desconhece o resultado dessas pesquisas -o jornal suíço não é vendido na França. O máximo que a imprensa francesa pôde fazer foi insinuar a disputa de hoje: "Duelo apertado entre Balladur e Jospin", anunciou o jornal "Les Echos". Quase certo de ir ao segundo turno, Chirac, 62, moderou o tom no final da campanha, para evitar uma derrapagem. Seus adversários, porém, concentraram nele seus ataques. O premiê Balladur acusou Chirac de ameaçar a estabilidade do franco ao criticar as posições de Jean-Claude Trichet, presidente do banco central francês. Balladur, 65, pertence ao mesmo partido de Chirac, a RPR (Reunião Pela República), herdeira do gaullismo -nome vago dado às idéias de Charles de Gaulle (1890-1970), herói da França na Segunda Guerra Mundial e presidente de 1959 a 1969. O comunista Robert Hue, 48, foi irônico: "Chirac é um tubarão querendo se passar pelo golfinho Flipper". O socialista Lionel Jospin, 57, pregou o voto útil em seu favor, para evitar que a esquerda fique fora do segundo turno. A proposta foi rejeitada pela ecologista Dominique Voynet, 36: "Ele quer a esquerda no segundo turno. Mas de que esquerda ele está falando?" A trotskista Arlette Laguiller, 55, que aspira a 5% dos votos, afirmou que não apoiará Jospin em caso de confronto com Chirac. À extrema direita, Jean-Marie Le Pen, 66, venceu o duelo contra Philippe de Villiers, 46. Le Pen pode até superar os 4,3 milhões de votos que obteve em 1988. Mitterrand O presidente François Mitterrand, 78, está escrevendo um livro sobre política externa, afirma a revista "Paris Match" desta semana. Após deixar a Presidência -deve passar o cargo por volta de 15 de maio, segundo rumores-, Mitterrand deve se instalar em um escritório perto da torre Eiffel, para escrever. O livro, em que ele defenderia suas posições na Guerra do Golfo e sobre o Leste Europeu, seria uma forma de manter-se ativo, para combater o câncer na próstata de que sofre. Ainda segundo a revista, o presidente estaria conformado com a derrota anunciada de Jospin. "A oposição é o melhor meio de reconstruir a esquerda", teria dito a um interlocutor. Para Mitterrand, Jospin seria um candidato "muito correto, mas pouco empolgante". Texto Anterior: Argelinos têm motivo político Próximo Texto: GAULESAS Índice |
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