São Paulo, domingo, 23 de abril de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Médico brasileiro presta socorro às vítimas
MAURO TAGLIAFERRI
Vialogo, de Corumbá (MS), morava no residencial Regency Tower, a cerca de 100 metros do local da bomba, que teve todas as janelas quebraram. Vialogo, que faz um curso de neurocirurgia na Universidade de Oklahoma e trabalha no Hospital Universitário, não se feriu no desastre -e ainda ajudou a socorrer as vítimas. "Eu estava no hospital quando ouvi o estouro. Achei que um avião havia caído ali, pois aquele lugar é rota para o aeroporto", contou Vialogo. "Mas, em seguida, ouvi no rádio que tinha sido uma bomba. Saí correndo para lá." Ao chegar ao local encontrou um cenário de guerra. "O calor era muito forte, muitos carros ainda pegavam fogo quando cheguei." "Havia muita gente ferida e fui ajudar. Enquanto socorria um, já chegava outro. A maioria dos casos era de hemorragia, devido aos cortes com cacos de vidro", disse. Vialogo trabalhou na triagem dos pacientes que chegavam do Alfred Murrah. "Naquela noite, fui dormir na casa de um colega. Chegamos perto de meia-noite, cansados." A partir da quinta-feira, os moradores do Regency Tower foram acomodados, pela administração do conjunto residencial, em hotéis. "Só na sexta-feira eu comprei umas roupas. As minhas ficaram no apartamento", falou o médico. "Escolhi vir morar em Oklahoma City porque esta cidade tem muitas características do lugar onde vivia no Brasil, Campo Grande (MS)", lembrou Vialogo. "Ambas são planas, pequenas, têm uma cultura 'country' e nada acontece. No final, acabei atingido pelo pior desastre da história desse país", completou. (MT) Texto Anterior: Chuva atrapalha resgate em Oklahoma Próximo Texto: Terrorismo assume uma nova máscara Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |