São Paulo, domingo, 23 de abril de 1995
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Médico brasileiro presta socorro às vítimas

MAURO TAGLIAFERRI
DO ENVIADO ESPECIAL

O neurocirurgião brasileiro Josué Guimarães Vialogo, 34, precisou abandonar o apartamento onde vivia em Oklahoma City devido à explosão no edifício Alfred Murrah, na última quarta-feira.
Vialogo, de Corumbá (MS), morava no residencial Regency Tower, a cerca de 100 metros do local da bomba, que teve todas as janelas quebraram.
Vialogo, que faz um curso de neurocirurgia na Universidade de Oklahoma e trabalha no Hospital Universitário, não se feriu no desastre -e ainda ajudou a socorrer as vítimas.
"Eu estava no hospital quando ouvi o estouro. Achei que um avião havia caído ali, pois aquele lugar é rota para o aeroporto", contou Vialogo.
"Mas, em seguida, ouvi no rádio que tinha sido uma bomba. Saí correndo para lá."
Ao chegar ao local encontrou um cenário de guerra.
"O calor era muito forte, muitos carros ainda pegavam fogo quando cheguei."
"Havia muita gente ferida e fui ajudar. Enquanto socorria um, já chegava outro. A maioria dos casos era de hemorragia, devido aos cortes com cacos de vidro", disse.
Vialogo trabalhou na triagem dos pacientes que chegavam do Alfred Murrah. "Naquela noite, fui dormir na casa de um colega. Chegamos perto de meia-noite, cansados."
A partir da quinta-feira, os moradores do Regency Tower foram acomodados, pela administração do conjunto residencial, em hotéis.
"Só na sexta-feira eu comprei umas roupas. As minhas ficaram no apartamento", falou o médico.
"Escolhi vir morar em Oklahoma City porque esta cidade tem muitas características do lugar onde vivia no Brasil, Campo Grande (MS)", lembrou Vialogo.
"Ambas são planas, pequenas, têm uma cultura 'country' e nada acontece. No final, acabei atingido pelo pior desastre da história desse país", completou.
(MT)

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