São Paulo, domingo, 23 de abril de 1995
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Terror neonazista não cresce na Alemanha

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Há três anos, pessimistas indicavam o recrudescimento do terrorismo neonazista na Alemanha unificada. Não foi o que ocorreu.
Em 91, foram 30 os assassinatos, que vitimaram sobretudo imigrantes turcos. No ano seguinte a cifra caía para 17 e em 93 para 8. Não há registro de mortes em 94.
Atos hostis, como vandalismo, decresceram em três anos de 2.300 para 800. O governo parece estar levando a melhor na queda de braço com os extremistas.
Colocou na ilegalidade em novembro último a Liga Viking. Em fevereiro fez o mesmo com o grupúsculo hamburguês Lista Nacional e com os racistas ironicamente auto-intitulados Partido Liberal dos Trabalhadores Alemães.
A Alemanha manteve intacta a estrutura de repressão que permitiu nos anos 70 neutralizar a Fração Exército Vermelho, grupo marxista liderado por Andreas Baader.
Na França (Ação Direta) e na Itália (Brigadas Vermelhas), as descendências remotas dos partidos comunistas também foram desmanteladas.
Outro indício de normalização nos métodos de confronto político foi dado em setembro do ano passado pelo Reino Unido.
O IRA (Exército Republicano Irlandês) vem respeitando o cessar-fogo costurado pelo primeiro-ministro britânico John Major, em troca da promessa de futura reunificação das duas Irlandas.
O mesmo não ocorre com outro grupo nacionalista, a ETA (do País Basco), que ainda esta semana atentou em Madri contra a vida do provável futuro primeiro-ministro espanhol, José Maria Aznar.
A ETA foi criada em 1959 e, após o fim da ditadura franquista (1974), perdeu o charme que mantinha junto às esquerdas.
Tem ampliado sua área de atuação, com atentados na França e contra interesses espanhóis em outros países europeus.
Na Turquia, os nacionalistas do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) têm até 15 mil ativistas. Desencadearam há dois anos ações contra alvos turcos.
Sob o pretexto de desmantelar bases do PKK, a Turquia invadiu este mês o Iraque, o que provoca mal-estar diplomático entre seus parceiros da UE.
(JBN)

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