São Paulo, domingo, 23 de abril de 1995
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Prazer X poder

COSETTE ALVES

Edson Celulari começou sua carreira fazendo teatro amador. Quando pisou no palco pela primeira vez, aos 15 anos, descobriu porque queria ser ator."Não foi uma decisão racional e sim uma sensação", explica.
"Eu era o primeiro ator a entrar em cena. O espetáculo chamava-se 'Rari Humano Est'. Uma criação coletiva, coletânea de poesias e textos de teatro. Tinha um blecaute, quando eu deveria entrar numa marca no chão. Acendia um refletor e eu tinha que dizer o texto.
No momento do blecaute, a platéia silenciou. Os parentes todos assistindo, menos o meu pai, ele não queria que eu fizesse teatro. Entrei e o foco acendeu, mas parei no lugar errado. A platéia riu.
Senti raiva. Em frações de segundo, me coloquei no foco e a platéia parou. A minha cara devia muito terrível e meu gesto, me colocando na luz, era forte. Tomei conta do momento.
Não foi uma sensação do poder, mas de prazer, de estar naquela luz expondo uma expressão que era minha e percebendo o interesse do público. Eu carrego essa sensação até hoje e ela me conduz pela carreira desde então. Era melhor ali do que fora dali."

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