São Paulo, terça-feira, 25 de abril de 1995
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Em menos de um ano, Rennó troca de posição

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em carta enviada em abril de 94 ao então relator da revisão constitucional, deputado Nelson Jobim (PMDB- RS), o presidente da Petrobrás, Joel Mendes Rennó, condenou o projeto que acaba com o monopólio estatal do petróleo.
Em 28 de março de 1995, Rennó prestou depoimento na Câmara e manifestou apoio ao projeto de emenda constitucional que quebra o monopólio.
Rennó era presidente da Petrobrás no governo Itamar Franco e continuou no cargo no governo de Fernando Henrique Cardoso.
A carta de Rennó a Jobim foi divulgada pelo deputado Miguel Rosseto (PT-RS), um líder sindical do setor de petroquímica. Rennó reconheceu a autoria da carta na Câmara.
Na carta a Jobim, Rennó fala das consequências da mudança da Constituição: "A empresa resultante não terá fôlego para cuidar do projeto de desenvolvimento da estrutura energética nacional".
"Não será através do estatuto proposto que teremos uma Petrobrás forte e capaz de fazer frente a gigantes de três a seis vezes a sua dimensão", acrescenta.
Ele afirma que, com a desregulamentação, exportações de petróleo brasileiro ou importações de derivados "irão esgotar uma reserva estratégica de matéria-prima para o Brasil e inviabilizar o parque de refino nacional".
No depoimento na Câmara, Rennó disse que a Petrobrás está "preparada para trabalhar seja qual for o modelo que venha a ser decidido. Estamos inteiramente favoráveis à aprovação da emenda número 6 (que trata da flexibilização do monopólio)".

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