São Paulo, terça-feira, 25 de abril de 1995
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Países ricos discutem desvalorização do dólar

DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

Reúnem-se hoje, em Washington, ministros da Economia e presidentes dos Bancos Centrais dos sete países mais ricos do mundo para discutir a questão mais efervescente das finanças internacionais: a despencada do dólar.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) voltou ontem a pedir aos Estados Unidos a adoção de medidas para preservar sua moeda.
É um assunto que interessa diretamente ao cidadão comum, inclusive no Brasil. Suponha-se que o indivíduo tenha guardado dinheiro para passar as férias na Europa ou no Japão e guardou em seu cofre dólares. O resultado é que ele terá menos dinheiro para gastar, já que sua moeda vale menos.
No comércio mundial, essa desvalorização tem impactos gigantescos. O Japão e Alemanha perdem mercado de exportação, o que compromete o ritmo de sua economia. Com o dólar com menos valor diante do iene e o marco, seus produtos passam a custar mais, trazendo o risco de desemprego. Melhora, entretanto, a competitividade dos produtos americanos. Mas, ao mesmo tempo, a desvalorização do dólar pressiona os preços nos Estados Unidos.
O Fundo Monetário Internacional pede aos EUA que aumentem suas taxas de juros. Traduzindo: mais pessoas de fora procurariam investir seu dinheiro aqui.
Ocorre que, ao subir a taxa de juros, o governo dos EUA desestimularia a produção interna, gerando desemprego.
O FMI pede também que o Japão abra mais o mercado para reduzir seu superávit na balança comercial com os EUA, o que também ajudaria a valorizar o dólar.
O encontro do Grupo dos 7 ( EUA, Reino Unido, Japão, Itália, Canadá, França e Alemanha) ajuda a preparar o encontro do presidente desses países no Canadá, onde se discutirá como o mundo pode evitar ou amenizar crises como a mexicana.

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