São Paulo, terça-feira, 25 de abril de 1995
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'Desinteresse vem se acentuando'

Roberto dos Santos, diretor da área pedagógica da Apeoesp (sindicato dos profissionais de ensino do Estado de São Paulo).
"O desinteresse pela profissão de professor vem se acentuando nesses últimos anos. Se os cursos de pedagogia ainda tem um público garantido, é porque existe uma diferenciação salarial para ser diretor de escola, supervisor de ensino ou até delegado de ensino. É por essa condição que ele vai aos cursos, muitos no final de semana, em faculdade particulares de qualidade muito duvidosa.
Para atender à demanda nesses 20, 30 anos, todos os governos, sucessivamente, fizeram opções de políticas educacionais. Uma opção bem clara foi atender todo mundo. Raramente você encontra na rede oficial do Estado de São Paulo salas de aula funcionando com menos de 40 alunos. Não tem pedagogo nenhum que prove que dá para se alfabetizar 40 alunos nessas condições.
O rebaixamento salarial é outra questão: o salário do Estado de São Paulo é um dos piores salários do país, está em segundo lugar em uma escala de baixo para cima.
Um desejo nosso é ter 20 horas na sala de aula e 20 horas de trabalho pedagógico. Querer fazer formação continuada de um professor que dá 40 horas de aula, fora do horário de trabalho, é querer muito do profissional que está submetido a essas condições."

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