São Paulo, terça-feira, 25 de abril de 1995 |
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Presidente ataca os 'mensageiros do ódio'
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
Embora não tenha citado nomes, Clinton se referia sem qualquer dúvida a dezenas de jornalistas de extrema direita que comandam populares programas de rádio e TV com participação de ouvintes e telespectadores. O mais famoso deles, Rush Limbaugh, também sem citar Clinton, disse depois do discurso do presidente: "Os liberais querem usar essa tragédia em seu benefício próprio. Isso é irresponsável e sem sentido". Clinton falava em Minneapolis, região centro-norte ocidental do país, à Associação Americana de Faculdades Comunitárias. O tema era ensino e trabalho, mas ele quase só falou sobre Oklahoma. "Chegou o tempo de os cidadãos deste país começarem a condenar essas vozes. Suas palavras amargas, ditas regularmente nos meios de comunicação, podem ter consequências. Elas tornam a violência natural", disse Clinton. O presidente afirmou que defende "até o último grau o direito à liberdade de expressão. "O exercício que eles fazem dessa liberdade torna o nosso silêncio ainda mais imperdoável", argumentou. Terminou com um apelo: "Assim, exercitem vocês também o seu direito à liberdade de expressão. Nosso país, nosso futuro, nossa maneira de viver estão em risco". O presidente foi muito aplaudido. A tragédia de Oklahoma está tendo efeito muito positivo sobre a imagem pública de Clinton. Na mais recente pesquisa antes da explosão, apenas 46% das pessoas entrevistadas aprovavam o seu desempenho como presidente. Ontem, segundo levantamento feito pelo Instituto Gallup para a TV CNN e o jornal "USA Today", o índice de aprovação de Clinton subiu para 58%. Além disso, 84% das pessoas ouvidas pelo Gallup afirmavam que o presidente está agindo bem ao lidar com a tragédia de Oklahoma. Apenas 7% dos norte-americanos entrevistados manifestaram desaprovação à atuação do presidente frente a essa crise. No domingo à noite, depois de ter discursado na cerimônia em memória das vítimas do atentado de Oklahoma, Clinton foi ao programa "60 Minutes", da rede CBS, e também atacou os "promotores da paranóia". (CELS) Texto Anterior: Medidas antiterror de Clinton geram polêmica Próximo Texto: Milícias crescem nos EUA Índice |
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