São Paulo, quarta-feira, 26 de abril de 1995
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Caixa anuncia mudanças na sua proposta de reforma administrativa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da CEF (Caixa Econômica Federal), Sérgio Cutolo, anunciou ontem mudanças no programa de reestruturação da instituição, provocadas pelas pressões dos políticos aliados do governo.
Cutolo confirmou que as seis coordenadorias a serem criadas não serão mais regionais, mas itinerantes -sem local fixo. E as 31 superintendências da instituição continuarão existindo.
O presidente da CEF disse que, gradualmente, estas superintendências serão incorporadas aos escritórios de negócios previstos na nova estrutura. Estes escritórios serão responsáveis pelo gerenciamento comercial da CEF.
"Ou se faz isso (a reestruturação), ou a CEF não consegue sobreviver", afirmou. Cutolo passou a maior parte do dia de ontem em conversas com parlamentares para explicar a proposta.
A solução encontrada agora poderá trazer problemas no futuro, quando forem escolhidos os chefes dos escritórios de negócios.
Os políticos, que tradicionalmente influenciaram a escolha dos superintendentes, vão querer indicar nomes para ocupar os novos cargos.
A Folha apurou que a intenção é fixar critérios técnicos para escolha dos chefes dos escritórios. A primeira exigência é que sejam funcionários de carreira da CEF.
Depois de escolhidos os currículos, pode até haver negociação com políticos, mas o candidato terá de preencher os critérios técnicos.
Originalmente, a proposta era criar seis coordenadores regionais para substituir gradualmente as superintendências. A idéia foi bombardeada por parlamentares aliados do governo.
Os parlamentares questionaram a reestruturação porque significava redução de cargos que poderiam ser preenchidos por indicações políticas.
"Erramos quando tivemos a concepção de coordenador regional. Foi aí que a proposta ficou vulnerável", afirmou o presidente da CEF.
Planalto
O porta-voz da Presidência, Sérgio Amaral, disse ontem que o presidente Fernando Henrique Cardoso não determinou qualquer recuo na reforma administrativa da CEF.
Amaral demonstrou irritação pelo fato de líderes do governo no Congresso terem anunciado o recuo anteontem, minutos depois de ele ter afirmado o contrário.
"O presidente considera que ela (a reforma) é necessária", disse Amaral. Segundo ele, o que tem que haver é um maior esclarecimento das propostas.
Banco Central
O presidente do BC (Banco Central), Pérsio Arida, defendeu ontem o programa de reforma administrativa da CEF.
"A atual direção da CEF trabalha em sintonia com o BC, e tem nosso inteiro apoio. Consideramos a reforma fundamental para o equilíbrio da instituição", disse Arida.
Segundo ele, o futuro da CEF depende da reforma. "O BC deve se manifestar porque tem como preocupação a saúde do sistema financeiro", acrescentou.

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