São Paulo, quarta-feira, 26 de abril de 1995
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'Exército não é a solução para o Rio'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O chefe do Estado-Maior do Exército, o general Délio de Assis Monteiro, cobrou ontem dos governos estadual e federal investimentos na área social para que as Forças Armadas possam se afastar gradativamente do combate ao crime organizado no Rio de Janeiro.
"O Exército não é a solução e as forças policiais têm de assumir gradativamente", disse Délio Monteiro, ao final da solenidade da entrega das espadas aos 23 novos generais-de-brigada promovidos no último dia 31 de março.
Para o chefe do Estado-Maior, "combater o crime não é o tipo de emprego (certo) do Exército".
A violência no Rio foi um dos temas do discurso de saudação aos novos generais. Délio de Assis Monteiro listou entre os "grandes desafios" dos militares a capacidade de compartilhar "as pressões do mundo" e se "indignar com a violência nas cidades".
O general Délio Monteiro classificou a violência de "o mal do mundo", dizendo que todas as grandes cidades, dentro e fora do Brasil, sofrem desse problema. Segundo ele, os governos precisam investir "na recuperação da vida e trazer de volta as pessoas que estão afastadas da sociedade".
Ele calculou que os resultados dos investimentos levam no mínimo dois anos para serem sentidos pela sociedade.
Délio Monteiro considerou "sem maior gravidade" a vaia com que uma patrulha do Exército foi recebida domingo passado, por um grupo de banhistas, na praia de Ipanema, zona sul.
"Foi uma reação normal de quem ainda não entendeu que a Operação Rio 2 é diferente da Operação Rio 1", disse o general.
Segundo ele, "esta operação não tem mais o caráter ostensivo da primeira e não se pode cobrar resultados em um prazo curto".

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