São Paulo, quarta-feira, 26 de abril de 1995 |
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Governo espera queda do preço do dólar
ALBERTO FERNANDES
O movimento diminuirá as reservas do país (o caixa em moeda forte), mas poderá conter o movimento de alta da moeda norte-americana no mercado. A entrega dos dólares corresponde à efetivação de vendas da moeda norte-americana contratadas nos últimos dias 4 e 5 de março, na chamada operação de mercado a termo. Ou seja, as duas partes -o BC, como vendedor, e bancos privados, como compradores- fecharam um negócio de compra e venda, mas não trocaram os reais por dólares. Apenas se comprometeram a fazê-lo, o que será cumprido na próxima semana. Conforme a Folha apurou, os dólares a serem entregues na próxima semana serão suficientes para abastecer o mercado -reduzindo a pressão de alta. Mas, além disso, o governo já verificou um aumento nos empréstimos externos a empresas brasileiras e nas entradas de "smart money" -dinheiro destinado às Bolsas e aplicações em renda fixa (que pagam juros). O governo espera que estes sinais indiquem uma reversão da saída de dólares do país. Na segunda-feira, um grande banco brasileiro conseguiu um empréstimo em bônus (papéis que representam créditos contra um devedor) no valor de R$ 150 milhões, no Oriente Médio. Além disto, todas as dívidas externas de empresas brasileiras com vencimento nos últimos 20 dias vêm sendo renovadas. Antes deste período, a maioria dos empréstimos estava não conseguia ser renovada e era paga -o que gerava mais saída de dólares. Agora, já renovaram empréstimos a CVRD (Companhia Vale do Rio Doce), Chase Manhatann, Banco Safra e Unibanco. O dólar comercial chegou ontem a bater em R$ 0,922. Além da falta de dólares nos bancos e da saída de capitais, técnicos do BC responsabilizaram pela alta a expectativa em torno de possíveis medidas do governo nesta semana. Texto Anterior: O VAIVÉM DAS COMMODITIES Próximo Texto: Arida quer estimular investimento Índice |
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