São Paulo, quarta-feira, 26 de abril de 1995
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Arida quer estimular investimento

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Banco Central, Pérsio Arida, deixou claro ontem que o governo prepara novas medidas com o objetivo de estimular investimentos, incluindo, provavelmente, a caderneta de poupança.
"As medidas adotadas ontem (segunda-feira) fazem parte de uma arquitetura mais ampla. Achamos importante a elevação de níveis de poupança interna", disse Arida.
Ele acrescentou que esse estímulo será feito por meio de uma "solução definitiva".
A poupança interna a que o presidente do Banco Central se refere significa não apenas a caderneta de poupança, mas inclui também outras formas de aplicação.
As medidas de segunda-feira, isoladas, desestimulam a poupança. O governo passou a exigir que os bancos, ao venderem CDBs (papéis que representam um crédito contra o banco), recolham até 90% do valor do papel ao BC, no chamado empréstimo compulsório, a partir de maio.
Isto faz com que seja menos interessante para os bancos vender CDBs. Por isso, os bancos vão oferecer taxas menores para quem opta por esse depósito.
O problema é que a TR (Taxa Referencial de juros, que remunera a poupança) é calculada sobre uma média dos CDBs oferecidos pelos 20 maiores bancos.
Com a queda das taxas dos CDBs, cai também a TR e a poupança, que paga TR mais 0,5% de juros ao mês.
'Commercial papers'
Entre as medidas que o governo estuda para a próxima semana estão restrições aos "commercial papers", papéis que servem para efetuar empréstimos entre empresas.
Esse tipo de crédito, que não faz parte do sistema financeiro e, portanto, não pode ser controlado pelo BC, está ajudando a aquecer a economia.

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