São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 1995
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Meta é vender empresas até 99

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Meta é vender empresas até 99
O governo federal não conseguirá executar, a curto prazo, a privatização das quatro principais empresas do grupo Eletrobrás (Eletronorte, Eletrosul, Furnas e Chesf -Centrais Elétricas do São Francisco).
Anunciada anteontem, a decisão política de privatizar já está tomada. Porém, antes de começar o processo de venda das empresas, serão necessários pelo menos dois meses para estudar o modelo de privatização.
Uma vez definido o modelo, o caminho a seguir ainda é longo. Até hoje, nenhum processo de venda de estatais federais durou menos que 240 dias -cerca de oito meses. Na média, as privatizações têm exigido quase 300 dias.
Na mais otimista das hipóteses, portanto, em menos de dez meses não há como se concretizar nenhuma das privatizações anunciadas anteontem.
O ministro das Minas e Energia, Raimundo Brito, tem dito que a meta é concluir as privatizações do grupo Eletrobrás até o final do governo FHC, em 1999.
O plano de privatização anunciado anteontem inclui a venda das participações acionárias da Eletrobrás no capital das suas subsidiárias Eletrosul, Eletronorte, Furnas e Chesf.
Outras duas subsidiárias, mais dedicadas à distribuição de energia, já estão em processo avançado de privatização e serão vendidas ainda em 1995 -a Light, do Rio de Janeiro, e a Escelsa, do Espírito Santo.
O modelo de venda das quatro geradoras já está sendo estudado por um grupo de trabalho, que tem dois meses para apresentar suas conclusões. Com base nos estudos, o governo decidirá, por exemplo, se vende as empresas inteiras ou por empreendimentos (por usina).
Esta definição é necessária porque cada uma das quatro geradoras de energia a serem privatizadas controla várias usinas. Conforme o ministro Raimundo Brito, o mais provável é que sejam vendidos grupos de empreendimentos.
Feito este trabalho, só então o governo partirá para o processo de privatização propriamente dito. Nesta fase, serão definidos os preços de venda e as condições dos contratos de concessão a serem firmados com os futuros proprietários das usinas.
O processo demora meses porque pressupõe, por exemplo, a contratação de mais uma empresa de consultoria para fazer avaliações sobre o valor das empresas ou dos grupos de empreendimentos, se for o caso.
É preciso esperar também o "sinal verde" do Tribunal de Contas da União para realizar os leilões de privatização.

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