São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 1995
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Campanha tenta reabilitar o primeiro museu de Minas

EVANDRO EBOLI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JUIZ DE FORA

Uma campanha envolvendo instituições públicas tenta recuperar o museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora (MG), cujo acervo está ameaçado pela má conservação.
Fundado em 1915 pelo empresário Alfredo Ferreira Lage, o museu foi o primeiro de Minas Gerais. Em 1936 foi doado à prefeitura. A campanha "Sou Amigo do Museu" está sendo lançada pela CEF (Caixa Econômica Federal), com apoio do Banco do Brasil, Câmara de Vereadores, Universidade Federal de Juiz de Fora e da própria prefeitura.
O museu tem cerca de 12 mil peças entre livros, documentos, vestimentas, prataria, mobiliário, cristais, esculturas e pinturas.
A mais expressiva obra em exposição é o quadro "Tiradentes Esquartejado", uma criação do pintor Pedro Américo. Em 1994, o quadro completou cem anos.
É o segundo maior acervo em volume de peças do Império, perdendo apenas para o museu imperial de Petrópolis (RJ), fundado quase 30 anos depois, em 1943.
O abandono das últimas décadas ajudou a deterioração do museu. Cálculo da CEF estima em R$ 3,4 milhões a quantia para a recuperação das peças e do prédio.
O Conselho de Amigos do Museu elaborou um relatório das peças que necessitam de restauração urgente. Entre elas, constam o traje de coroação do imperador d. Pedro 2º, além de casaco, vestido e par de sapatos bordados com fios de ouro que pertenceram à princesa Isabel.
Nem os móveis do criador do museu foram preservados. O conjunto de escritório e dormitório do fundador Alfredo Lage estão corroídos pela ação dos cupins.
Mariano Procópio, pai de Alfredo Lage, foi um empreendedor pioneiro na cidade. Ele construiu o palacete do museu em meados do século passado para hospedar a família imperial.

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