São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 1995 |
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Peça "Vitória Sobre o Sol" inicia temporada no Centro Cultural SP
ANA FRANCISCA PONZIO
O palco é inusitado. Nos porões do Centro Cultural, uma platéia de no máximo cem pessoas, seguirá personagens por ambientes sombrios. Inédita no Brasil, a peça "Vitória Sobre o Sol" foi escrita por Alexei Kruchenykh, um dos mentores da vanguarda russa do começo do século. Os figurinos foram desenhados pelo pintor Kasimir Malevich (1878-1935), que a partir de então desenvolveu uma série de ícones que deram origem ao suprematismo . Renato Cohen, diretor desta produção brasileira, procura despertar reflexões sobre as concepções estéticas de Malevich e dos artistas de sua época. Diretor do grupo Orlando Furioso, que em 1988 encenou "O Espelho Vivo - Projeto Magritte", Cohen é um pesquisador que começou sua carreira teatral trabalhando com Luiz Roberto Galizia. "Galizia me trouxe a influência de Bob Wilson, que explora um teatro de imagem. Depois, passei a desenvolver a idéia de juntar vanguarda do início do século com a cena contemporânea", explica. "Durante esse processo de pesquisa, ficou claro que os movimentos de vanguarda são a matriz da cena contemporânea." Cohen se deteve na vanguarda russa por seu caráter irracional e intuitivo. No conjunto, chamou seu projeto de "Caos - Cubo Futurismo" porque, em sua opinião, o sentido de caos remete tanto à atualidade quanto ao germe das vanguardas. "Vitória Sobre o Sol" é definida por Cohen como teatro psíquico. "Não se trata só de teatro de imagens. Baseada na simultaneidade de imagens que busca uma arte sem fronteiras, a peça tem intérpretes que funcionam como polarizadores de consciências." O texto se associa à música, imagens de vídeo, cenários e instalações, além da movimentação do elenco, formado quase só por dançarinos. A trilha sonora inclui uma composição criada em um centro contemporâneo russo, fundado por Theremin, compositor que "fabricou" o primeiro sintetizador. Peça: Vitória sobre o Sol Estréia: hoje, às 21h30 Onde: Centro Cultural São Paulo (r. Vergueiro, 1.000, tel.: 011/ 277.3611) Ingressos: R$ 8,00 Horários: quintas e sextas, às 21h30; sábados, às 20h e 21h30 e domingos, às 18h30 e 20 h Texto Anterior: Com 'Atos e Omissões', Bosco Brasil traz dramaturgia aos tempos de hoje Próximo Texto: Hoje em Valência: Brasil x Parreira! Índice |
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