São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 1995 |
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Passado tem glórias e o presente, lembranças
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
Mas, rondando os escombros da decadência, ainda hoje uma aura de história e divertimento envolve a praia mais famosa do Brasil. Em suas ruas castigadas, calçadas tomadas por camelôs, fachadas agora envolvidas por grades, sobrevivem lembranças de tempos mais prósperos e alegres. A Copacabana do borbulhante Copa (hoje reformado), das madrugadas no beco das garrafas (hoje acabado), do sanduíche do Cervantes (que ainda existe), da turma da Miguel Lemos (quando João Saldanha vivia), do bar Bico (que não é mais aquele), do bar dos Caixotes (que fechou e perdeu o papo de Dorival Caimmy e Radamés Gnitalli), do cinema Rian (que ficava na praia) e do Cine Caruso (no Posto 6). A Copacabana de Nara Leão, do shopping pioneiro, do "novo" shopping (na rua Siqueira Campos), do Opinião (show histórico), de Antonio Dias (que ainda fica ali, na Djalma Ulrich), de Carlos Drummond de Andrade (que passeava pelas bandas da Conselheiro Lafayete e da famosa rua "quase-quase", a Bulhões de Carvalho), de Mário Lago, de Mário Reis, de Chico Buarque (que morou com Marieta Severo no edifício Mecejanas, Posto 6), do teatro Tereza Rachel (Gal Fa-Tal), de Caetano ("as migalhas caem todas sobre Copacabana") e de campeonatos de futebol de areia, que reuniam "filósofos" como Nenêm Prancha e craques como Júnior. Cidade dentro da cidade, caldeirão de gentes, luxo e lixo, glamour e violência, beleza e feiúra. Nada é como Copacabana. Texto Anterior: Praia é a mais perfeita síntese do Rio Próximo Texto: Bairro vive apogeu da fama nos anos 50 Índice |
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