São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995 |
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Dona-de-casa denuncia contrabando de armas
DA SUCURSAL DO RIO O bando de Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, estaria recebendo armas contrabandeadas que entram no Brasil pelo porto de Santos (cidade no litoral de São Paulo), acusa a dona-de-casa L., 28, que há oito meses é mantida sob a proteção do governo do Estado do Rio de Janeiro.Apesar da proteção oficial, as denúncias de L. não estão sendo investigadas, disse o delegado Antônio Agra Lopes, diretor da DDV (Divisão de Defesa da Vida) da Polícia Civil. Lopes disse que em setembro do ano passado a mulher foi interrogada e suas acusações não se confirmaram. Mesmo assim, L. continua a viver na Casa da Testemunha, criada na gestão do ex-governador Nilo Batista para abrigar pessoas ameaçadas. A Casa da Testemunha é dirigida pela Divisão de Defesa da Vida. L. disse à Folha que descobriu que o seu marido -patrulheiro da Polícia Rodoviária Federal- estaria envolvido com os bandos de Uê e Jorge Luís, traficantes de favelas nas zonas norte e oeste do Rio. Aliado a comerciantes, o marido de L. seria o encarregado de guardar as armas contrabandeadas na casa da família, em Campos, cidade a 350 km do Rio, no norte do Estado. "O Uê foi três vezes lá em casa buscar armas. Havia muitos fuzis AR-15 e armas com mira telescópica", afirmou L., que disse ter fugido com medo de ser morta pelo marido. Ela deixou os filhos de 15, 14 e 10 anos e nunca mais os viu. O delegado disse que na época o patrulheiro prestou depoimento e desmentiu as acusações. Lopes afirmou não saber porque L. continua na Casa da Testemunha. "Na minha opinião, esta casa tem que ser fechada. Aquilo não funciona. O pessoal sai e entra a hora que quer e a gente não pode proibir", afirmou ele. Texto Anterior: Polícia encontra dois corpos Próximo Texto: Berço da tecnologia pode estar na África Índice |
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