São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995
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FHC faz apelo à maioria silenciosa e pressiona PMDB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Menos de 24 horas depois de pedir que a população pressione o Congresso pelas reformas, o presidente Fernando Henrique Cardoso fez ontem uma nova cobrança e uma crítica aos parlamentares.
FHC também começou a se envolver diretamente nas articulações pela aprovação das reformas -ele telefonou para todos os peemedebistas da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que ontem opinaram sobre a admissibilidade da emenda (se ela fere ou não princípios gerais da Constituição).
Na solenidade de instalação do grupo executivo que estudará a regulamentação da lei de modernização dos portos, ontem à tarde, no Planalto, FHC cobrou do Congresso que ouça o "eco" das "vozes da maioria silenciosa" que estariam pressionando pelas reformas na Constituição.
Anteontem, em pronunciamento em cadeia nacional de TV, FHC já tinha pedido que a população pressionasse os parlamentares pela reforma.
FHC lamentou ontem a falta de apoio numa referência indireta ao PMDB. "O difícil não é apoiar, é continuar apoiando no dia-a-dia, na rotina, estar sempre confiante em que os passos estão sendo dados e vão continuar sendo dados. Só não quero estar correndo sozinho na frente", disse.
O empresário Jorge Gerdau Jonhapeter referiu-se à "maioria silenciosa" ao anunciar engajamento do empresariado em defesa das reformas.
Citando Gerdau, FHC disse: "O momento é agora. É de nova injeção de vontade desses que ele (Gerdau) chamou de maioria silenciosa e que têm de falar".
Fernando Henrique disse que os críticos às reformas da Constituição partem de "vozes que, embora minoritárias, quando gritam, parecem ser um trovão". E acrescentou: "Como nós temos guarda-chuva e somos capazes de usar um impermeável, não temos medo desses raios que surjam por aí", acrescentou.
A ofensiva para tentar reverter a decisão do PMDB de votar contra a admissibilidade da emenda da Previdência começou anteontem.
Ele iniciou o dia num café da manhã com líderes dos partidos e terminou com telefonemas aos peemedebistas que integram a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Fernando Henrique conversou por telefone, anteontem e hoje de manhã, com todos os 11 peemedebistas da comissão que analisaria a admissibilidade da emenda da Previdência.
Ele só deixou o Palácio do Planalto às 21h30 de anteontem, depois de pedir apoio à maioria dos peemedebistas da comissão.

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Sobre emenda da Previdência às págs. 1-8 e 1-9

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