São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995
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PMDB e governo travam Batalha de Itararé

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O anunciado confronto entre o PMDB e o Planalto foi a "Batalha de Itararé" do governo FHC. A exemplo do confronto inexistente entre as tropas paulistas e os revoltosos getulistas em 1930, governo e PMDB não foram às armas.
O episódio da batalha política "que não houve" começou a se desenhar na noite de quarta-feira.
Impressionados com a narração de um pesadelo do deputado Fernando Diniz (PMDB-MG), em que era atacado por manifestações de aposentados em sua base eleitoral, 10 dos 11 titulares do partido na CCJ decidiam votar contra a reforma da Previdência Social.
"Seria o início do rompimento com o governo", contou o líder do PMDB na Câmara, Michel Temer (SP), localizado às 8h30 de ontem por FHC. Pelo telefone, o presidente pediu para que o partido reconsiderasse a decisão.
O grupo da véspera voltou a se reunir logo depois. O líder apelou para a Bíblia e comparou o apoio dado ao governo ao pecado original, aquele de Adão e Eva.
Junto ao líder do partido no Senado, Jáder Barbalho (PA), Temer assumiu o compromisso de reunir todos os 107 deputados, 22 senadores e nove governadores do PMDB para reavaliar o apoio a FHC. Não marcaram a data da reunião, que deverá acontecer em três semanas, no máximo.
Michel Temer telefonou em seguida para o presidente. Avisou que não haveria confronto agora.
Temer pediu a FHC que transforme em Ministério do Interior a Secretaria de Desenvolvimento Regional, ocupada pelo peemedebista Cícero Lucena.
A "Batalha de Itararé" do PMDB deixou o partido no limbo, avalia o deputado Alberto Goldman (SP): "Se não dermos um passo adiante com mais espaço no governo, podemos dar um passo atrás, com o rompimento".

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