São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995
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Trio Brasileiro toca concerto de Beethoven

WILLIAM LI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Obra: Concerto Tríplice Para Piano, Violino, Violoncelo e Orquestra op. 56 em Dó Maior
Autor: Beethoven
Intérpretes: Trio Brasileiro, composto por Gilberto Tinetti, Erich Lehninger e Watson Clis
Onde: Teatro Municipal (praça Ramos de Azevedo, s/ nº, tel. 223-3022)
Quando: hoje, às 20h30
Quanto: entre R$ 1 e R$ 5

Apresenta-se hoje no Teatro Municipal o Trio Brasileiro, que atuará no "Concerto Tríplice para Piano, Violino, Violoncelo e Orquestra op. 56 em dó maior", de Beethoven. Esta obra foi composta para o Arquiduque da Áustria, que tocava piano e era seu protetor.
No programa, teremos também a Abertura da "Norma", de Bellini, composta em 1831, e a "Sinfonia nº 2 em ré maior op. 43", de Sibelius, escrita na Itália em 1901 e estreada na Finlândia em 1902.
O "Concerto Tríplice" de Beethoven foi escrito para seu amigo e protetor o Arquiduque Rudolf da Áustria (que também era seu aluno). Por isso, neste concerto, a parte do piano não é muito difícil de se executar, mas para o violoncelo é uma prova de fogo.
A obra apresenta uma dualidade: em alguns momentos é concertante e em outros o trio age por conta própria.
Datada de 1804, mesmo período em que estava compondo a "Sinfonia Heróica" para Napoleão, Beethoven compõe um concerto para o Arquiduque da Áustria!
O "solista" será o Trio Brasileiro, o violinista Erich Lehninger e o violoncelista Watson Clis. Dentre sua discografia consta já a integral dos trios de Beethoven.
A ópera "Norma", assim como todas que escreveu em sua curta vida, foi um tremendo sucesso de Bellini (1801-1835).
Em qualquer lugar onde eram encenadas, suas óperas eram bem recebidas. Ele não produzia em massa, como seu contemporâneo Donizetti, com altos e baixos.
Escreveu apenas sete óperas (contra as 64 de Donizetti), mas todas causaram impacto e são encenadas até hoje. Chopin calcou seus "Noturnos" nas cavatinas de Bellini.
"Norma", composta em 1831, trata da paixão de um sacerdotisa gaulesa por um romano na época da conquista da Gália.
A Abertura de Bellini desenvolve os dois temas: O de Norma, agitado e rápido, e o de Pollione, uma marcha.
Jean Sibelius (1865-1957) foi o maior expoente do nacionalismo finlandês contra o domínio russo. A Finlândia só se libertou da Rússia em 1917, e a música de Sibelius se inspira bastante nos "Kalevala", cantos nórdicos tradicionais compilados em 1835 por Elias Lõnnrot.
Sibelius estudou em Viena e Berlim, mas sua música era tão nacionalista que a partir de 1897 o governo finlandês subsidiou suas composições.
Suas sinfonias revelam ainda uma estrutura clássica, mas não se sente nelas influência de nenhum outro compositor.
Sua "Segunda Sinfonia" é ainda romântica, é somente a partir da terceira que Sibelius ensaia o impressionismo e outras tendências do século 20.

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