São Paulo, sexta-feira, 28 de abril de 1995
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America mostra sua fórmula do sucesso

SYLVIA COLOMBO
DA REDAÇÃO

O grupo America passou os 25 anos de sua carreira preocupado em produzir hits. "Nosso show é a busca de um som igual ao dos nossos discos", disse Gerry Beckley, 44, o tecladista, guitarrista e vocalista da banda.
Em entrevista à Folha, por telefone, de sua casa na Califórnia, o músico falou sobre os shows que o conjunto vai fazer nos próximos dias 2, no Palace, em São Paulo e 3, no Metropolitan, no Rio.
Identificado como um 'símbolo' da música pop americana, quase folclórico, o grupo nasceu em Londres.
Gerry Beckley, Dewel Bunnel e Dan Peek, filhos de militares americanos formaram a banda em 1970, quando saíram da escola, e começaram a compor juntos.
O primeiro sucesso veio com a música "A Horse With no Name". O primeiro álbum da banda vendeu mais de 2 milhões de cópias. Depois vieram outros hits como "Sister Golden Hair", "Ventura Highway"e "You Can Do Magic", entre outras. A rápida popularidade rendeu ao conjunto um prêmio Grammy em 1972.
O produtor George Martin (o mesmo que trabalhou com os Beatles) fez com o America seis discos, em meados dos anos 70. "Com ele passamos a usar mais teclados e aprendemos muito sobre orquestração."
"Agora estamos fazendo um som mais dançante, sempre nos adaptamos ao tempo em que estamos vivendo, assim conseguimos continuar existindo."
Apesar disso o estilo da música do America tem um padrão único, apoiado em guitarras acústicas, e vocais.
A turnê atual faz o lançamento do disco "Hourglass", lançado em 1994 pela gravadora American Gramophone. O disco será lançado no Brasil nos próximos meses pela gravadora carioca UMC.
O álbum segue a máxima defendida por Beckley "Quanto mais as coisas mudam, mais elas ficam iguais". O disco segue a linha pop que consagrou o grupo, com baladas românticas e refrões melados.
As guitarras acústicas predominam, mas o som vem mais carregado nos teclados e na percussão. "Esta é a nossa experiência mais dançante."
Beckley tem os anos 70 como referência para o seu trabalho. "Foi um dos períodos mais criativos da história da música pop, não só pela sua produção como pela sua variedade." O vocalista insiste em reproduzir esta vivência em cada novo trabalho. "Toco pensando na época que por sorte vivi."
Ele recusa que ela tenha se transformado em moda. "Até pouco tempo, os anos 70 eram alguns dias atrás, agora são um referencial para toda uma geração."
Acostumados a fazer mais de cem shows por ano, os músicos abusam da improvisação. "Nosso extenso repertório permite várias combinações." O America nunca esteve no Brasil, apesar de já ter feito duas viagens para a América Latina.
Trabalhar com um som tão característico e até rotulado transformou-se numa prisão criativa para Beckley. "Tenho meu trabalho paralelo pois muitas coisas que tenho vontade de experimentar entrariam em contradição com a cara do America." Beckley sai em turnê os próximos meses para divulgar seu álbum solo. "É um som pesado", jura.

Show: Hourglass
Banda: America
Quando: dias 2 (São Paulo) e 3 (Rio)
Onde: Palace (av. dos Jamaris, 213, tel. 531-4900)
Quanto: R$ 60,00 (setor 1), R$ 45,00 (setor 2), R$ 30,00 (setor 3) e R$ 80,00 (camarote)

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